Armando Esteves Pereira

Diretor-Geral Editorial Adjunto

Outra vez na dívida

05 de agosto de 2017 às 00:31
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Já há muitos anos que os portugueses não gozavam um período estival com a economia tão aquecida. Os ventos externos são favoráveis, com exportações em alta, o turismo bate recordes e a ajudar uma recuperação do mercado imobiliário.

Tudo isto leva a confiança das famílias a aumentar. Esta fé, associada à valorização das casas, dos juros historicamente baixos, favorecidos ainda pela quebra das margens que os bancos já praticam, gera uma subida do endividamento das famílias. E o crédito não é apenas para nova habitação.

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O consumo volta a disparar alimentado a crédito, quer sejam os empréstimos convencionais, quer seja no uso abusivo dos saldos de cartão de crédito, que cobram taxas abusivas a quem não amortiza o saldo no acerto de contas mensal.

Esta nova euforia da compra a crédito acontece apenas meia dúzia de anos após o resgate da troika, quando a crise provocou uma onda de sobreendividamento e desvalorização das casas, gerando buracos bancários e milhares de famílias, desesperadas, sem salário para honrar os compromissos.

Essa experiência traumática devia aconselhar alguma moderação.

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