O apelo das famílias das vítimas a que se faça uma investigação verdadeiramente independente ao que provocou a tragédia de Pedrógão Grande e, sobretudo, às responsabilidades do Estado, não pode cair em saco roto. Todas as palavras ditas esta semana pela mãe de uma das crianças que morreram no incêndio de Pedrógão Grande, à saída de uma audiência com o Presidente da República, em Belém, devem perdurar por muito tempo na nossa memória coletiva.
Só com a preservação dessa e de todas as outras memórias sobre o que ali aconteceu poderá ajudar o poder político – da geringonça à oposição - a sair deste imbróglio com alguma dignidade. Sejamos otimistas, apesar de os primeiros sinais da discussão em torno do decreto das indemnizações não serem auspiciosos.
Lembremos hoje e sempre que Marcelo Rebelo de Sousa é a primeira testemunha do sofrimento daquelas pessoas e António Costa o primeiro responsável pelo ressarcimento e pela defesa dos direitos dos familiares das vítimas. E que palavras como aquelas, ditas com aquela dignidade e inteligência, não podem ser levadas pelo vento da época tola que se vive na política portuguesa.
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