Um dos maiores enigmas do século – o que aconteceu a Madeleine McCann? – pode transformar-se numa das maiores mistificações de sempre da investigação criminal… inglesa.
As revelações de Collin Sutton, superintendente-chefe da Polícia Metropolitana de Londres, sobre as pressões para encaminhar a investigação ao desaparecimento de Maddie para um rapto, são o facto mais relevante destes dias em que são assinalados 10 anos do trágico acontecimento.
As palavras de Sutton carregam o simbolismo de transferir o ónus do insucesso da investigação para um dos sítios onde há muito deveria estar: a polícia e a política britânicas. Reforçam as suspeitas de que, desde as primeiras horas, a questão de saber o que realmente aconteceu se transformou numa espécie de verdade inconveniente.
Treze milhões de euros gastos com a investigação e muitos avistamentos depois, a procura de Maddie transformou-se numa mistificação que só serviu para evitar que o caso recuasse aos fundamentos básicos da pesquisa: o que aconteceu? Rapto? Acidente mortal seguido de ocultação do cadáver? Quem esteve envolvido? Porque esteve envolvido? Passado tanto tempo e manipulação, está na hora de regressar a um caminho de verdade.
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