No fim da semana, haverá eleições locais, mas toda a gente está a pensar muito para além dos locais onde elas ocorrerão. O grande tema das Eleições Autárquicas é, evidentemente, Pedro Passos Coelho.
Todos antecipam coisas desastrosas, desde logo nas duas grandes cidades: entre uma candidata com má imprensa em Lisboa e uma não-entidade no Porto, a expectativa é de uns resultados humilhantes. Se a isto se juntarem ainda maus resultados pelo país fora, afiam-se as facas no PSD.
A grande estrela hipotética é o sempre hipotético Rui Rio. Rui Rio é uma espécie de Renato Sanches da política portuguesa: a maravilha fatal que tarda em afirmar-se. Há praticamente 10 anos que ouvimos falar da inescapável ascensão de Rio à chefia do PSD, para um dia chegar a primeiro-ministro, mas até agora as coisas têm sido só ameaços. Será desta?
O outro grande tema das eleições é Fernando Medina, o novo "menino de ouro", a quem a chefia do PS parece estar tão inevitavelmente prometida no futuro quanto a do PSD a Rio. A dimensão da vitória de Medina em Lisboa dará uma ideia do ascendente que ganhará para essa promoção. Dada a antecipação de um resultado catastrófico do PSD, a questão parece ser a de saber se PCP e BE serão necessários para governar a cidade, com óbvias leituras nacionais: poderá o PS dispensar a "geringonça" no país também?
Costa anda a fazer uns ruídos mais moderados, que PCP e BE certamente não apreciarão muito e, com a sucessão de boas notícias económicas, já deve andar a pensar na possibilidade de maioria absoluta nas Legislativas.
Finalmente, convém não esquecer Rui Moreira, um homem cujo ego ninguém imagina conter-se entre a Av. dos Aliados e a Av. da Boavista. Uma vitória clara sem apoio do PS e do PSD deixá-lo-á enfunado para grandes sonhos nacionais.
Presidência? Fundação de um grande partido centrista? É ficar de olho nele.
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