A RTP foi a grande escola onde começaram muitos dos jornalistas de televisão no ativo e a maioria dos atuais decisores de conteúdos das televisões privadas. Com os seus grandes defeitos, ditados pelo controlo político sobre a entrada de pessoal e, em algumas fases, dos conteúdos de informação, a RTP tem um papel a cumprir no nosso país. E uma história de que os seus bons profissionais se devem orgulhar.
Deveria ser a RTP o farol de qualidade na grande informação, no jornalismo de investigação e documentário. Deveria ser a RTP a sala de estar por onde passam todos os grandes momentos do desporto nacional. Deveria estar na RTP a ficção nacional de qualidade, sem compadrios nem pagamento de dívidas pessoais.
Para cumprir a sua missão, a sua obrigação de se distinguir dos projetos privados, que têm de visar o lucro, precisaria a RTP de tantos canais? Claro que não. A RTP deveria concentrar o seu esforço financeiro e humano num grande canal de acesso universal. E nas suas propostas para África e para a diáspora portuguesa. Três canais de qualidade seriam bastantes para a RTP ser incontornável.
Que as denúncias de Luís Marinho sirvam para se investigar o momento grave que a RTP vive. Se metade do que diz for comprovável, será já um enorme escândalo e um caso de polícia. Mas o verdadeiro problema é o modelo do serviço público de televisão. Menos canais, melhores canais – esse é o único caminho virtuoso.
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