Quem tem seguido os debates de pré-campanha eleitoral não pode deixar de se sentir dececionado pela forma como têm decorrido. Monótonos, chatos, ora agora falo eu, ora agora falas tu, raramente se entra em diálogo, como se se estivesse a cometer um crime, acelera-se o discurso porque o tempo está a acabar e, sobretudo, sem ponta de novidade na mensagem que os protagonistas se esforçam por passar. Da esquerda à direita, nada de novo. Não sei se o problema é dos políticos ou das políticas, mas já se ouviu tudo nas legislativas de há um ano e durante todo o ano. Coisas espantosas, como médico de família para todos, serviços de saúde a funcionar, rendas acessíveis, casas baratas, mais polícia nas ruas, combate à corrupção. Não há é uma visão de futuro para o País, uma ideia galvanizadora, é tudo na base do ‘tapa buracos’ e na promessa de mais uns euros nas contas, seja por via dos impostos, seja dos salários e pensões. Talvez a campanha seja mais animada e nos reserve alguma surpresa, mas, para já, é o que é, poucochinho, nada de extraordinário. Daí a quebra substancial de audiências nos debates relativamente às últimas legislativas, 13% nos canais por cabo e 40% na TV generalista, e o elevado número de indecisos que surgem nas diversas sondagens. Os eleitores já estão cansados e a corrida às urnas ainda agora começou.
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