Com as autárquicas no terreno, registou-se uma aproximação política expressiva entre a AD, Chega e IL na lei da imigração. Os canais de comunicação política neste bloco foram lubrificados com uma votação que abre margem para entendimentos futuros. A consequência prática mais importante é a de que fazem uma maioria de dois terços. Isto abre todas as possibilidades de mudança do regime que quiserem, pese o fracasso de a tentativa de revisão constitucional lançada pela IL logo a seguir à eleições. Neste momento, o PSD atirou o tema para as calendas. As circunstâncias, porém, mudaram e podem criar outra geografia política. Montenegro pode vir a ser confrontado com dificuldades, caso avance um inquérito judicial à Spinumviva ou ocorram desenvolvimentos no processo em que é investigada a construção da casa de Espinho. E, aí, já se perceberam duas coisas: que algum PSD se prepara para uma eventual mudança, mas também que Montenegro poderá querer resistir à boleia do Chega. Depois de ontem diria, mais coisa, menos coisa, que tudo é possível. E que é menos do que o “diálogo com todos” enunciado por Montenegro, ao comentar a votação do bloco da direita e de alguma eventual colaboração do PS na lei dos estrangeiros.
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