Eduardo Dâmaso

Jornalista

A bravura de Mary Bruce

20 de novembro de 2025 às 00:31
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A jornalista Mary Bruce, da ABC, resgatou ontem a decência, a dignidade, o respeito pelos direitos humanos e pela justiça. Ao fazer as únicas perguntas que faziam sentido na sessão de Trump com Mohammed bin Salman, Mary Bruce mostrou para que serve o jornalismo e o poder de perguntar. Deu uma lição de encorajamento a todos os que lutam pela memória contra o esquecimento, ao evocar o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi às ordens do torcionário saudita. Mostrou que o dinheiro não compra tudo e que o ‘sportswashing’ tem óbvios limites perante a exigência de justiça e respeito pelos direitos humanos. Só serve para ser exibido como flor na lapela de um monstro. Deixou na Casa Branca um hino à coragem que todos os jornalistas devem ter na defesa do interesse público e de valores que não podem ser apagados pela ‘realpolitik’. Expôs os iníquos interesses corruptivos e corruptores de Trump e da família na forma como faz política. Também a sua propensão de psicopata para reduzir o mundo ao seu ego. O que assistimos foi a um momento de enorme bravura por parte de Mary Bruce, face a um dos episódios mais baixos e negros da história contemporânea.

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