O título desta crónica é inspirado no livro ‘A Vida e Morte dos Nossos Bancos’, da jornalista Helena Garrido, lançado esta semana. Trata-se de um excelente livro que retrata de forma rigorosa e muito pedagógica a Grande Farra de crédito com que um conjunto de políticos, empresários e banqueiros arrasaram a Banca e o País. A Grande Farra, expressão da autora, é uma feliz definição para o que se passou nas últimas décadas e cuja fatura – quase 17 mil milhões de euros – estamos todos a pagar.
Uma parte dessa Grande Farra é aqui descrita. O fim do BES, o saque à CGD, o ataque ao setor financeiro por parte de gente sem escrúpulos que se aboletou com fortunas gigantescas e é imune a qualquer espécie de risco. Os bancos faliram mas esses 50 ou 60 poderosos que fazem hoje a lista dos maiores devedores da Banca estão ricos.
"Quando chegou a conta (da Grande Farra), as contas estavam vazias", como bem sintetiza Helena Garrido. Enquanto os portugueses pagam a fatura da Banca à conta dos apertos no cinto que a crise trouxe, essa gente continua a ter contas bem recheadas, cá e lá fora.
Fazem o que sempre fizeram – esconder a fortuna –, apostando numa Justiça lenta, minada por guerras de capelas e pressionada por um poder político obediente aos velhos e novos donos-disto-tudo.
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