Paulo João Santos

Jornalista

A viagem de Greta

13 de junho de 2025 às 00:31
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Quando Greta embarcou no Madleen, sabia que a viagem não terminaria em Gaza. O propósito de furar o bloqueio imposto por Israel ao enclave palestiniano estava condenado, mesmo antes do veleiro largar da Sicília. O objetivo era mediático, chamar a atenção para um drama humano e, desse ponto de vista, missão cumprida. Pode criticar-se o ‘modus operandi’ , haverá outras formas menos folclóricas e mais eficazes de defender a causa palestiniana, mas uma coisa é certa: Greta fez a sua parte.

Da guerra no Médio Oriente falou, também, Pep Guardiola, na Universidade de Manchester.  “É doloroso o que vemos em Gaza. Não se trata de ideologia, mas de amor à vida. Vejo naquelas crianças os meus filhos”, disse o inventor do tiki taka, antes de contar um história. A história de uma floresta em chamas, as espécies em pânico, da maior à mais pequena, e de um pássaro em constante vai e vem, carregando gotas de água no bico. Uma cobra pergunta, a rir: para que é isso? Nunca vais apagar o fogo, ao que o pássaro respondeu: eu sei. Mas estou a fazer a minha parte.

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Vem isto a propósito do primeiro mês de pontificado de Leão XIV, assinalado no início da semana. Teria sido fantástico, para o mundo católico, ver o Santo Padre anunciar, como primeira viagem, uma deslocação a Gaza, onde Deus parece ausente. Não sei qual seria a reação das autoridades israelitas, tanto mais tratando-se de um norte-americano. Seria Preso? Deportado? É irrelevante. Prevost estaria apenas a fazer a sua parte.

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