Eduardo Dâmaso

Jornalista

O caso do juiz Ivo Rosa

04 de outubro de 2025 às 00:31
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A investigação do Ministério Público (MP) ao juiz Ivo Rosa meteu muita gente a rasgar as vestes. Uns com muita demagogia, outros na base da pura patetice. Alguns com bom senso, como a juíza Margarida Reis, da associação sindical da sua magistratura. Partindo do princípio de que um juiz não está acima da lei e, por isso, poder ser investigado, aquela magistrada soube apontar, com ponderação e saber, as fragilidades da atuação do MP. E são algumas. Desde logo, a inaceitável opacidade de um processo que iria ser destruído no remanso dos gabinetes do Supremo sem nenhum escrutínio. Ou, ainda, a extensão por três anos, com diligências invasivas que não se justificariam. Mas uma coisa que não aconteceu, ao contrário do que encheu a boca de alguns patetas com assento crónico em programas de má-língua, foi a realização de escutas a Ivo Rosa.

Foi consultada a faturação detalhada do telemóvel do juiz mas não ocorreu uma única escuta. O episódio é grave e dele devem ser extraídas consequências. Isso não deve acontecer, porém, em função da histeria de carpideiras que andam no espaço público a gerir ódios pessoais e a esconder os seus próprios interesses. Omitem que são investigados por crimes graves, que viveram uma vida inteira por conta de benefícios extraídos de bancos como o BPN ou o BES, também da influência do Sócrates então todo-poderoso. E que, por isso, odeiam o Ministério Público. Agora, volta a dar-lhes jeito Ivo Rosa.

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