O novo aliado de Putin

Os escândalos de corrupção envolvendo altas figuras (e amigos) do Presidente Zelensky são o aliado mais poderoso da Rússia neste momento. A União Europeia e o Reino Unido não gostam do que estão a ver, e os Estados Unidos, sobretudo Donald Trump, que desde a primeira hora tem levantado dúvidas sobre o dinheiro canalizado para Kiev, ainda menos. Numa altura em que se procura um caminho para a paz, que já de si não é muito simpático para os ucranianos, mesmo na versão alinhavada pelos 27, Zelensky entra para o ‘duelo’ final enfraquecido, não apenas do ponto de vista externo, mas mesmo junto dos ucranianos, que, umas vezes mais outras menos, sempre apoiaram maioritariamente os esforços do seu líder para expulsar o invasor. Com o Presidente ucraniano a apagar fogos em casa, Putin ganhou, assim, um trunfo extra para se sentar à mesa das negociações. A boa notícia é que estes casos, que não são ‘casinhos’, deverão acelerar o processo; a má notícia é que, por um lado, a Rússia vai ficar a ganhar e, por outro, a entrada da Ucrânia na casa comum europeia poderá demorar mais tempo, assim como a própria reconstrução do país. Os EUA e a Europa vão querer controlar cada cêntimo gasto para reerguer as aldeias, as vilas, as cidades e as infraestruturas. Mesmo que boa parte da verba provenha dos ativos congelados russos.