A manutenção da ministra da Saúde no Governo é um caso de estudo. Luís Montenegro bem se esforça em lhe deitar a mão, ainda ontem saiu em sua defesa – “temos menos problemas nas urgências do que tínhamos há um ano”, disse, num qualquer conceito que não se descodifica – mas a verdade é que é difícil encontrar um governante tão inapto para a função.
É certo que não há milagres. Quando a população aumenta e as infraestruturas de saúde e os meios humanos, médicos e enfermeiros, não crescem na mesma proporção, é óbvio que vai haver um desequilíbrio. O mesmo se passa na habitação ou na segurança. Nem o número de casas disponíveis, sobretudo para alugar, aumentou para fazer face à procura, a que acrescem preços proibitivos, nem o número de efetivos da PSP e GNR acompanhou essa evolução, com a agravante de uns e outros estarem hoje confrontados com novos fenómenos de criminalidade e menos localizados.
O problema é que andamos sempre a correr atrás do prejuízo. No caso da Saúde, a administrar aspirina o que requer penicilina. Uma corrida contra o tempo, em que o tempo não se cansa e vai ganhando mais e mais avanço.
Quinta-feira, Montenegro vai-nos falar do Estado da Nação. Não creio que nos surpreenda, cada um de nós tem consciência do ponto em que estamos. Por isso, em lugar de perder tempo a dizer o que foi feito, que passe à frente e diga o que é que vai fazer no curto, que lá longe ninguém alcança e a vida é o presente.
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