O assalto à Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna é uma imensa gargalhada sobre o estado do Estado que nos governa. Para quem acha que somos o País mais seguro do Mundo, que os ladrões e carteiristas não fazem carreira por cá, deixar assaltar o prédio onde são guardados, em teoria, alguns dos segredos da segurança interna é uma irresistível anedota. Mesmo que só lá guardem tralha, não deixa de ser uma comédia. É material do melhor para um regresso em pleno de Ricardo Araújo Pereira. E é um dano brutal na credibilidade dos atores do Estado. Não é só um caso de polícia. Trata-se de uma triste metáfora sobre a incúria, a incompetência, e o desleixo com que são tratadas coisas sérias neste País. É a rábula irreprimível, a cereja no topo de um bolo feito de ridículo, numa área tão sensível como a segurança. Numa área que supervisiona e garante a segurança coletiva não podem ser ofertados brindes a ladrões de ocasião ou, muito menos, a profissionais ao serviço sabe-se lá de quem. Mas quando a titular da pasta tem uma relação tão difícil com a diferença entre as palavras “orografia” e “urologia”, para exprimir as dificuldades de combater incêndios em veredas muito escarpadas, então, só nos resta encomendar a alma a quem acreditemos que nos pode salvar. Não há segurança interna que nos valha!
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