Cavaco tem 33 reuniões para decidir

O processo de audições no Palácio de Belém está encerrado. E o número é simbólico: entre parceiros sociais, associações, economistas, banqueiros e políticos, Cavaco Silva encerra esta sexta-feira um total de 33 reuniões com os encontros com os partidos com assento parlamentar. O Chefe de Estado está fechado em copas, e no Palácio de Belém ninguém arrisca garantir que após as reuniões com PSD, PS, CDS, BE, PCP, Os Verdes e PAN haja um anúncio da solução para o futuro político do País.

Segundo apurou o CM, dentro da coligação a expectativa é a de que haja uma solução nos próximos dias, ainda que a convicção dos dirigentes seja a de que nem Passos Coelho nem Paulo Portas estejam disponíveis para continuar à frente do Executivo. Ainda assim, há quem acredite que Cavaco Silva possa ter aproveitado o encontro desta sexta-feira com o ainda primeiro-ministro para fazer alguma pressão na continuidade no cargo.

Quanto às audições, entre as vozes que o Presidente deverá ter em maior consideração contam-se, sabe o CM, a do governador do Banco de Portugal e a dos economistas.

Já sobre a data marcada para ouvir os partidos – que coincide com a votação de vários diplomas no Parlamento –, alguns deputados do PS estranharam a escolha, sobretudo quando há casos em que não existe disciplina de voto e os temas são fraturantes. "Pode ter havido algum descuido", confidenciou ao CM uma fonte parlamentar. Esta quinta-feira, o BE ainda analisava o tema. Sabe o CM que não chegou qualquer dúvida ou problema a Belém com a marcação das datas.