Fernando Medina é suspeito de favorecer Luís Filipe Vieira

Alegado pacto com o PSD, favorecimento do Benfica e uso de assessor da câmara para fins privados são algumas das suspeitas.

24 de maio de 2023 às 08:27
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Fernando Medina e Duarte Cordeiro estão a ser investigados pelo Ministério Público em vários inquéritos ligados à ‘Operação Tutti Frutti’, relacionada com um alegado pacto de regime entre PS e PSD - o chamado bloco central. Medina é suspeito de ter favorecido o Benfica, com a cedência de informação confidencial, e o filho de Luís Filipe Vieira, revelou esta terça-feira a TVI. O ex-presidente do Benfica terá metido uma cunha ao antigo autarca de Lisboa para desbloquear a isenção de IMI do prédio do filho.

Mas há mais suspeitas que envolvem o ministro das Finanças, como a concessão de apoio financeiro ao Rugby do Belenenses e a utilização de um assessor pago pela câmara (5 mil euros/mês) para preparar os comentários de Medina na TVI e as crónicas de opinião no CM.

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Há dezenas de escutas telefónicas a terceiros que comprometem o ministro das Finanças. Só nos emails apreendidos a Medina, em 2018, a investigação abriu dois novos inquéritos. Segundo a investigação, Medina terá feito um acordo secreto com responsáveis do PSD, seis meses antes das eleições de 2017. “Está combinado com o Medina eles [PS] apresentarem uns gajos ‘merdosos’ para garantirmos as nossas juntas [PSD]”, diz o ex-deputado Sérgio Azevedo (PSD) ao telefone, em maio de 2017. “Um acordo de governação com tachos por fora”, reforça.

Duarte Cordeiro, atual ministro do Ambiente e ex-n.º 2 de Medina na câmara –, é suspeito no caso do licenciamento da Torre de Picoas, em Lisboa. “Aqui em Portugal, os próprios partidos políticos controlam o Estado e a máquina.” (...) “Se a PJ tivesse mais meios estava tudo fod***”, diz Sérgio Azevedo numa escuta.

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8 anos de investigação

O inquérito foi aberto em 2016 e integra cinco denúncias anónimas. 16 câmaras, 12 juntas e duas assembleias municipais estão na mira do DIAP de Lisboa.

MP indícios sólidos

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O MP fala em “emissão de faturas falsas e acordos com responsáveis do PS para adjudicação de contratos públicos a empresas violando a transparência e boa gestão dos dinheiros públicos”. Corrupção é um dos crimes em causa.

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