"Não fez o que era politicamente devido": Carlos César aponta o dedo a Marcelo Rebelo de Sousa na demissão do Governo

Presidente do PS acredita que o partido "apresenta o melhor primeiro-ministro para Portugal".

06 de janeiro de 2024 às 11:56
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O presidente reeleito do PS, Carlos César, acusou, este sábado, Marcelo Rebelo de Sousa de não fazer o "politicamente devido" na demissão do Governo de António Costa.

"O primeiro-ministro fez o que lhe era institucionalmente requerido, mas o Presidente da República não fez o que era politicamente devido", disse, no Congresso dos socialistas. Mas desvaloriza: "o que lá vai, lá vai", atirou. "Não somos nem fomos nunca prisioneiros das circunstâncias", acrescentou.

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O presidente do PS começou o discurso por se dirigir ao atual secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos, "o próximo primeiro-ministro de Portugal", afirmou, seguido de aplausos dos congressistas. Carlos César, considera que a proposta eleitoral do partido é ganhadora, e mostrou-se confiante com a vitória nas eleições legislativas de 10 de março. 

"O PS é a melhor alternativa. O PS tem e apresenta o melhor primeiro-ministro para Portugal".

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Em relação às forças à direta do PS, sustentou a tese de que "os portugueses não escolherão no próximo dia 10 de março aqueles que só se fazem notar à custa dos engenheiros do caos, ou pela grosseria da sua linguagem, ou pelos enredos que encenam no teatro da política - aptidões em que a liderança do PSD não raras vezes suplanta as dos seus companheiros à direita".

Pelo contrário, segundo Carlos César, "os portugueses querem políticos que falem sobre o que interessa realmente aos portugueses".

"E que não só digam o que pensam como deem garantias de fazerem o que dizem. Pedro Nuno Santos é um político assim: Frontal e sem receios de mostrar quem é - e é disso que o país precisa", apontou.

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O antigo líder parlamentar socialista usou também a experiência governativa do cessante executivo regional dos Açores para advertir que, se a direita for maioritária após as próximas eleições legislativas, seguirá o mesmo modelo no país.

"Se a direita ganhasse as próximas eleições nacionais, teríamos um Governo de um jogo sem rei nem roque, onde cada partido, da direita à extrema-direita, disputa o seu bocado de poder e pouco mais quer saber do que como lucrar com ele", atacou.

Neste contexto, o presidente do PS classificou a mudança de Governo nos Açores, nas eleições de fevereiro, como "decisiva para inverter a degradação financeira, económica e social que ali tem acontecido".

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"A vitória do PS no próximo dia 04 de fevereiro será uma vitória para a vida dos açorianos. E nessa medida uma vitória para uma parte tão relevante do nosso país", declarou.

Em relação a um futuro Governo do PS, liderado por Pedro Nuno Santos, deixou uma recomendação: "Não se podem ter todos os setores como prioridades, é certo, mas devemos estabelecer algumas e governar bem em todos. Como diz o melhor ditado, não deixando para amanhã o que puder ser feito logo", acrescentou.

Reeleição ocorreu momentos antes

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O antigo deputado falou pela primeira vez após ter sido reeleito Presidente do Partido Socialista (PS) com 90,36% dos votos. A votação decorreu no congresso dos socialistas, na Feira Internacional de Lisboa (FIL).

Carlos César, que chefiou o Governo Regional dos Açores entre 1996 e 2012 e foi líder parlamentar do PS entre 2015 e 2019, é presidente do PS desde 2014.

Carlos César pede para militantes desistirem de falar

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São tantas as inscrições para tomar a palavra no congresso do PS que Carlos César, presidente do partido, pediu para quem puder desistir. De uma forma humorada, o presidente socialista adiantou que depois das 18 horas ainda havia 80 pessoas inscritas para falar. Este é o período em que, por inscrição, os delegados podem tomar a palavra.

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