André Ventura arrasa PS e lidera oposição

O Chega conquistou na quarta-feira a liderança da oposição, relegando o PS para terceira força política, com um resultado arrasador nos círculos da emigração, vencendo na Europa e Fora da Europa. Os quatro deputados escolhidos pelos portugueses a viver fora do País foram igualmente repartidos entre a AD e o partido de André Ventura, com dois para cada. É a primeira vez que os socialistas não elegem nem fora nem dentro da Europa, o que confirma a dimensão histórica da derrota nas legislativas.

O partido de Ventura dominou em dois dos países com mais eleitores, obtendo mais votos do que os principais adversários juntos: em França, houve 27 369 votantes no Chega (25 818 no conjunto AD e PS), enquanto na Suíça recolheu a preferência de 24 533 (a soma da coligação PSD/CDS-PP e dos socialistas ficou-se pelos 11 997).

Ficou também à frente noutros destinos tradicionais da emigração, como Brasil, Bélgica, Luxemburgo e Reino Unido, mas ficou em segundo, por exemplo, nos Estados Unidos e no Canadá. De resto, foi fora da Europa que a luta foi mais renhida. Foram eleitos José Cesário, secretário de Estado das Comunidades, e Manuel Magno Alves.

Nos países europeus, Ventura continuou a ser o preferido, agora por larga margem, crescendo de 42 962 para 71 990 votos. Se tivesse convencido mais 2800 portugueses, teria ficado com os dois mandatos que estavam a ser disputados neste círculo e teria feito o atual ministro da Agricultura falhar a eleição. Como tal não aconteceu, os escolhidos foram José Manuel Fernandes (AD) e José Dias Fernandes (Chega).

Fechadas todas as contas, a coligação encabeçada por Luís Montenegro parte para a nova legislatura com 91 deputados, o Chega com 60 e o PS com 58.

E TAMBÉM

"VITÓRIA É DE QUEM GANHA"

Hugo Soares defendeu que a vitória pertence à AD. Apesar de o resultado do Chega ser assinalável, não é uma vitória, referiu. “A vitória é de quem ganha, não para quem fica em segundo ou no terceiro lugar. O vencedor destas eleições é Luís Montenegro”, afirmou. Disse ainda que a AD garantiu mais 31 deputados do que os líderes da oposição.

Voto dos emigrantes 

Diogo Pacheco de Amorim, do Chega, disse que os emigrantes “trabalham no duro” e que se reveem no discurso do Chega sobre “quem não faz nada”.

CRESCIMENTO

José Cesário, deputado eleito pelo círculo Fora da Europa, destacou o crescimento da AD nos círculos da emigração, apesar do empate em número de deputados com o Chega. Disse que “A AD foi a única força política que aumentou deputados”.