André Ventura diz que manter ministra da Saúde no Governo é "o adiar de um cadáver político"
Presidente do Chega quer ouvir com urgência a ministra, no parlamento, sobre as conclusões do relatório preliminar da IGAS.
O presidente do Chega, André Ventura, considerou esta quinta-feira que manter a ministra da Saúde no executivo representa "o adiar de um cadáver político" e que o Governo está "em queda livre de integridade".
Em conferência de imprensa, na sede nacional, em Lisboa, André Ventura disse que o Chega quer ouvir com urgência a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, no parlamento, sobre as conclusões do relatório preliminar da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
Este relatório analisou o impacto da greve dos técnicos de emergência no ano passado e concluiu que o INEM ficou impedido de definir serviços mínimos por não ter recebido atempadamente do Ministério da Saúde os pré-avisos dos sindicatos.
"Esta ministra da Saúde não tem nenhumas condições, pela incompetência, pela ineficácia, pela incapacidade de tomar decisões, de continuar à frente do Ministério da Saúde. E é um adiar de um cadáver político que o primeiro-ministro mantenha, procurando resistir teimosamente aos factos, uma governante que sabe que não tem nenhumas condições éticas, de integridade política, para continuar", argumentou.
O líder do Chega salientou que, apesar de este relatório ainda não ter uma versão final, o documento "não deixa margem para dúvidas em relação à responsabilidade política do Governo e à responsabilidade política da senhora ministra".
Segundo André Ventura, Ana Paula Martins "já tinha uma situação política frágil e periclitante" e com este documento, "não obstante diga que está à espera do relatório final, fica numa situação política insustentável do ponto de vista da estabilidade e da credibilidade do Governo".
O presidente do Chega afirmou que o seu partido vai viabilizar a audição da IGAS no parlamento sobre este caso, requerida esta-quinta pelo BE, mas defendeu que tal deve ser feito apenas quando houver uma versão final do relatório.
"Em qualquer caso, há uma certeza que retiramos do dia-a-dia: a de que este é um Governo em queda livre na integridade, sob suspeita agravada de falta de integridade, e com cada vez mais casos e casinhos, que quase consegue juntar mais em poucos dias ou semanas do que o governo anterior tinha tido em alguns meses", argumentou.
André Ventura utilizou a notícia, divulgada hoje pelo Correio da Manhã, de que o primeiro-ministro foi advogado da Solverde nas negociações com o Estado que prorrogou o contrato dos casinos até final de 2025, para voltar a insistir que Luís Montenegro responda às perguntas dirigidas pelo partido ao chefe do executivo - que o partido disse na terça-feira terem sido entregues, mas que não constam ainda do 'site' da Assembleia da República.
"O primeiro-ministro deve ser o mais claro possível, no mais curto prazo do tempo possível. Porque senão vamos ter caso atrás de caso num Governo que vai perdendo a credibilidade e a ética a cada dia", considerou.
André Ventura voltou a afirmar que pretende apresentar um pedido de constituição de uma comissão de inquérito à questão da empresa familiar do primeiro-ministro, caso Luís Montenegro não responda às perguntas do Chega.
Uma vez que o partido já não pode propor uma comissão de inquérito potestativa, (ou seja, obrigatória) nesta sessão legislativa, - depois de ter avançado com o inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras - Ventura afirmou que o partido pondera propô-la em setembro.
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