André Ventura lança movimento para “evitar derrota desastrosa” do PSD

Objetivo do vereador na Câmara Municipal de Loures é "derrubar a atual liderança" do líder social-democrata, Rui Rio.

27 de setembro de 2018 às 17:55
André Ventura na CMTV Foto: CMTV
André Ventura lançou o movimento ‘Chega’
André Ventura na CMTV Foto: CMTV
Rui Rio
Rui Rio, presidente do PSD Foto: CMTV

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O vereador do PSD na Câmara Municipal de Loures, André Ventura, lançou esta quinta-feira o movimento ‘Chega’, constituído por um site chega.pt, no qual o social-democrata convida militantes e simpatizantes do partido a juntarem-se à contestação. O objetivo? Reunir assinaturas suficientes para "realizar um congresso extraordinário do PSD", "derrubar a atual liderança" do líder social-democrata, Rui Rio, e "levar o partido a um novo rumo".

"Não há outra alternativa. É preciso evitar uma derrota desastrosa do PSD nas próximas eleições", defende André Ventura ao CM. O autarca acredita que o movimento terá grande adesão por parte de militantes e simpatizantes. "A atentar pelo que temos visto nas redes sociais, serão vários milhares a apoiar o movimento", revela.

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O movimento ‘Chega’ critica a liderança de Rui Rio, que considera ser uma "uma muleta do PS". "O PSD deixou de ser um partido que quer vencer as eleições, como tivemos com os outros líderes. Parece que quer ir para o governo com o PS num bloco central, convida os críticos a sair, processa antigos candidatos autárquicos. Rui Rio já mostrou que não quer inflectir o caminho", afirma o também jurista.

Para Ventura, Rui Rio "está a desviar o PSD do caminho do centro-direita e a criar um partido híbrido que tanto faz pacto com o Bloco de Esquerda como com o PCP". O ‘Chega’ pretende, por isso, pôr um ponto final ao "rumo" seguido pelo ex-autarca do Porto. "Basta subscrever no site do movimento. Quando tivermos todos os dados levaremos [as subscrições] ao conselho de jurisdição do PSD, que servirá para validar as assinaturas, os dados e convocar o congresso extraordinário", explica André Ventura.

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Questionado pelo CM sobre se o movimento não criará mais divisões no partido, o social-democrata é peremptório: "Claro que quando criamos alternativas há um risco de divisão. Mas a verdade é que o partido já está muito dividido. Prefiro causar agora divisão do que assistir a uma derrota desastrosa do PSD nas próximas eleições", sublinha.

Apoio a Luís Montenegro

Embora frise que "mais importante do que um novo nome é recentrar o partido no seu espaço político", André Ventura apoiaria uma candidatura do ex-líder parlamentar social-democrata Luís Montenegro, caso Rui Rio seja destituído da liderança do partido.

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Para o autarca, o PSD está "a afundar-se" e a aproximação ao PS, BE e PCP tem sido um dos vectores responsáveis. "O acordo com o PS para a descentralização é o exemplo de uma lei que prejudica autarcas. Não percebo esta ânsia de estar sempre bem com o PS. A não ser que esteja a pensar em lugares", diz.

No site do movimento, uma carta de princípios anuncia a visão e propósitos do ‘Chega’. "(…) Promoveram-se ataques a militantes, autarcas e ex-dirigentes; promoveram-se pontes e consensos com forças políticas completamente alheias ao espectro político tradicional do PSD, alienou-se uma parte importante dos militantes e simpatizantes do partido e os críticos foram convidados a sair e a formar outras forças políticas. Tudo ao contrário!", pode ler-se.

O CM questionou ainda André Ventura sobre a saída de Pedro Santana Lopes do PSD e a subsequente criação do partido ‘Aliança’. "Acho que só devemos partir para novos partidos quando estão esgotadas as possibilidades internas", considera.

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O movimento ‘Chega’ está, agora, a recolher as 2500  assinaturas necessárias para a realização de um congresso extraordinário.

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