André Ventura sobre morte de Otelo: "Se este país fosse justo, deveria ter morrido na prisão"
Líder do Chega reagiu nas redes sociais à morte do Capitão de Abril.
"Se este país fosse justo, deveria ter morrido na prisão". Foi assim que André Ventura, líder do Chega, reagiu à morte do Capitão de Abril Otelo Saraiva de Carvalho.
O juízo sobre a sua alma pertencerá definitivamente a Deus, mas se este país fosse justo Otelo Saraiva de Carvalho deveria ter morrido na prisão!
— André Ventura (@AndreCVentura) July 25, 2021
O agora coronel de artilharia fez parte do grupo de militares que elaborou o plano de operações militares do 25 de abril de 1974.
Otelo Saraiva de Carvalho tinha 37 anos, era major quando se deu o 25 de Abril e foi membro do Conselho da Revolução e comandante-adjunto do COPCON (Comando Operacional do Continente).
Concorreu à presidência da República, em 1976, eleições ganhas por Ramalho Eanes. Otelo foi o segundo mais votado, com 16% dos votos.
Depois de um percurso político-militar atribulado, esteve preso na sequência do caso das Forças Populares 25 de Abril (FP 25), organização responsabilizada por vários atos terroristas, e libertado cinco anos mais tarde, após recurso da sentença de 15 anos. As FP-25 foram responsabilizadas por uma série de atentados nos anos 70 e 80. Otelo negou fazer parte desta organização. "Eu tinha anunciado que ia ser cabeça de lista da Força de Unidade Popular (FUP) nas legislativas que iam decorrer em Outubro de 1984 e o PCP não estava disponível a sofrer uma derrota como a sofrida nas presidenciais, em que o seu número dois (Octávio Pato) foi amplamente derrotado por mim, que tive 17 por cento, e ele sete por cento", chegou a afirmar em entrevista.Em 1996, foi amnistiado e em 2001 absolvido.
"Nunca mandei matar ninguém. Tenho horror a qualquer assassínio. Liquidar um ente humano é para mim extremamente doloroso, não concebo que alguém o consiga fazer. E no entanto tenho este rótulo que me é dado, sobretudo pela gente de direita", assumiu ainda.
Em 1996, foi amnistiado e em 2001 absolvido.
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