Brasil quer concretizar reparação colonial prometida por Marcelo
Governo do Brasil quer conversar com Executivo português para definir próximos passos.
O Governo brasileiro reagiu pela segunda vez em menos de 48 horas à sugestão de Marcelo Rebelo de Sousa sobre reparações por crimes cometidos na era colonial. As declarações do Presidente aconteceram num jantar com correspondentes estrangeiros. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Mauro Vieira, deu como exemplo a política interna “de reparação para a população brasileira de afrodescendentes”, mas remeteu a questão para Portugal. Logo na quarta-feira a ministra brasileira da Igualdade Racial, Anielle Franco, apressou-se a pedir “ações concretas” e anunciou contactos “com o Governo português” para definir os próximos passos. “Pela primeira vez estamos a fazer um debate desta dimensão a nível internacional”, saudou.
A polémica estalou com as afirmações do Presidente da República na terça-feira. “Temos de pagar os custos. Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isto”, declarou.
A posição tomada por Marcelo Rebelo de Sousa e os ataques da maioria dos partidos da direita parlamentar ao Presidente da República, na sessão solene do cinquentenário do 25 de Abril, ecoaram na imprensa internacional. O jornal brasileiro ‘Globo’ referiu-se esta sexta-feira a um “tema tóxico” e o francês ‘Libération’ recordou “o apelo de várias organizações aos antigos impérios coloniais para assumirem responsabilidades”.
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