Bruxelas quer toda a União Europeia ligada por ferrovia de alta velocidade até 2040

Previsão inclui ligação entre Lisboa e Madrid, assim como a criação de um único bilhete intermodal para combinar diferentes empresas e modos de transporte.

05 de novembro de 2025 às 11:14
Ferrovia Foto: Markus Scholz/AP
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A Comissão Europeia quer a União Europeia (UE) ligada por linhas ferroviárias de alta velocidade até 2040, incluindo a ligação entre Lisboa e Madrid, e criar um único bilhete intermodal para combinar diferentes empresas e modos de transporte.

"O novo plano de ação para a alta velocidade ferroviária define as etapas necessárias para criar, até 2040, uma rede europeia mais rápida, interoperável e melhor conectada. O objetivo é reduzir os tempos de viagem e tornar o comboio uma alternativa mais atrativa às viagens aéreas de curta distância, aumentando assim o número de passageiros e impulsionando as economias regionais e o turismo", indica o executivo comunitário em comunicado.

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Em concreto, o plano prevê ligar os principais nós de transporte a velocidades de 200 quilómetros por hora ou superiores, o que permitirá futuramente viajar de Lisboa a Madrid em três horas (em 2034, prevendo-se cinco horas em 2030), bem como de Madrid a Paris em seis horas.

Outras novas ligações serão nos países Bálticos: de Talin a Riga numa hora e quarenta e cinco minutos, de Riga a Vílnius em duas horas e de Vílnius a Varsóvia em quatro horas.

Além disso, os passageiros da UE poderão viajar de Berlim a Copenhaga em quatro horas, em vez das atuais sete, e de Sófia a Atenas em seis horas em vez das atuais 13 horas e 40 minutos, segundo o plano.

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"Para além da redução dos tempos de viagem, o plano aliviará a congestão e libertará capacidade nas linhas convencionais, facilitando os comboios noturnos, o transporte de mercadorias e a mobilidade militar, ao mesmo tempo que reforça a competitividade europeia no turismo e na indústria", refere a Comissão Europeia.

Para avançar com o plano, Bruxelas pede que os países da UE eliminem estrangulamentos transfronteiriços, que desenvolvam uma estratégia de financiamento coordenada incluindo privados, que melhorem as condições para a indústria e para os operadores ferroviários e que facilitem autorizações.

Em conferência de imprensa em Bruxelas, o comissário europeu dos Transportes, Apostolos Tzitzikostas, revelou que a Comissão Europeia vai apresentar, no início de 2026, uma proposta "para que todos os passageiros possam, com um clique no seu telemóvel ou no seu computador, reservar e comprar um bilhete transfronteiriço através de diferentes empresas e de forma multimodal".

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Isto significa que, "se alguém quiser reservar uma viagem e precisar de usar um avião para uma parte da viagem e um comboio para a outra, poderá fazê-lo com um único bilhete", acrescentou.

De acordo com Apostolos Tzitzikostas, "a prioridade, neste momento, é garantir que os cidadãos, quando quiserem utilizar o comboio para ligações transfronteiriças através de diferentes empresas, possam reservá-lo como um único bilhete".

"Apresentaremos [uma revisão da lei] dos direitos dos passageiros para apoiar esta nova forma como as pessoas viajam e é exatamente o nosso objetivo, avançar com uma proposta no início de 2026", adiantou.

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Esta quarta-feira, Bruxelas adotou também um plano de investimento em transportes sustentáveis, para impulsionar o investimento, com foco na aviação e no transporte marítimo, quando se estima que sejam necessárias 20 milhões de toneladas de combustíveis renováveis e de baixo carbono até 2035, num custo de 100 mil milhões de euros.

O objetivo da instituição é mobilizar pelo menos 2,9 mil milhões de euros através de instrumentos da UE até 2027, esperando ainda arrecadar 500 milhões de euros com um projeto-piloto lançado ainda este ano.

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