Catarina Martins acusa ministra da Saúde de insensibilidade e apelar a sentimentos xenófobos

"O caso é muito trágico e terá seguramente responsáveis. O que não é admissível é que uma ministra da Saúde dê informações erradas", defendeu.

04 de novembro de 2025 às 13:58
Catarina Martins Foto: Paulo Novais
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A candidata presidencial Catarina Martins acusou esta terça-feira a ministra da Saúde de ser a "cara da insensibilidade" e de ter apelado a "sentimentos xenófobos" para tentar minorar o caso da morte de uma mulher grávida e do seu bebé.

"Acho que a ministra neste momento é a cara da insensibilidade e da incapacidade de resposta e, por isso, não terá a capacidade de construir as respostas que é preciso", defendeu Catarina Martins, em declarações à imprensa portuguesa em Bruxelas, capital da Bélgica, à margem de um almoço com membros da comunidade portuguesa naquele país, no âmbito da campanha para as eleições presidenciais.

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A antiga coordenadora do BE considerou que a ministra Ana Paula Martins não tem condições para ficar no cargo, salientando que não está em causa apenas o caso da mulher grávida que morreu no hospital Amadora-Sintra na semana passada, mas um acumular de "demasiados casos trágicos" que estão a "provocar uma sensação de insegurança muito grande, de injustiça e de dor".

"O caso é muito trágico e terá seguramente responsáveis. O que não é admissível é que uma ministra da Saúde dê informações erradas [no parlamento] sobre o caso, que apele a sentimentos xenófobos para minorar a tragédia. Isso não é aceitável e é por isso que não tem condições para continuar no cargo ou também por isso", criticou.

Interrogada sobre se está em causa um caso de xenofobia, Catarina Martins respondeu que as declarações da governante "são pelo menos muito infelizes e parecem ter esse caminho".

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A eurodeputada defendeu ainda que o Serviço Nacional de Saúde "já esteve em melhor saúde" e "que as respostas públicas de saúde fortes, universais, gratuitas, são fundamentais".

"Quando uma está a funcionar mal como a nossa, temos de ter a coragem de reinventar e temos de ter a coragem de novas fórmulas que garantam realmente o acesso à saúde à população sem descurar o que temos de bom", sustentou.

Catarina Martins disse ambicionar conquistar os votos "de quem acredita que Portugal deve ser uma comunidade solidária com empatia, que não vai viver melhor se fechar os olhos aos problemas que tem".

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"Tem de ter a coragem de se reinventar para resolver problemas e a reinvenção é o oposto do ódio, é o oposto da fratura da sociedade, mas também é o oposto de dizer que tem de ficar tudo como está. Porque em Portugal as pessoas percebem que ganham salário pequeno demais para a conta alta demais de supermercado", lamentou.

As eleições presidenciais estão agendadas para o dia 18 de janeiro.

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