Costa promete lutar contra manhas da EDP
Governo promete atuar com “nenhuma boa vontade” com as empresas do setor energético.
Operadoras como a EDP têm várias manhas" para contornar a lei. Foi assim que o primeiro-ministro se referiu ontem, durante o debate quinzenal, à elétrica, a propósito das polémicas com as rendas pagas pelo Estado no setor da energia (CMEC).
Interpelado várias vezes sobre o tema, António Costa até elogiou o trabalho iniciado pelo anterior governo mas assegura que, no tempo do executivo de Passos Coelho, "a EDP tinha posição dócil e passou a ser hostil desde que o Governo mudou". Costa prometeu lutar contra as rendas no setor e deixou a garantia: "[O setor] não contará com nenhuma boa vontade". As buscas da semana passada às instalações da REN e da EDP no âmbito da investigação às rendas excessivas pagas à elétrica trouxeram o assunto para a ordem do dia.
O tema escolhido pelo Governo para a discussão no Parlamento foi a educação (ver pág. 19), mas as questões económicas dominaram a sessão.
O primeiro-ministro revelou, no Parlamento, que "na segunda-feira houve uma reunião no Ministério das Finanças entre o ministério, o Banco de Portugal e os três principais bancos com mais elevado nível de créditos não performativos de forma a apresentarem aos bancos uma proposta de solução para eles estudarem e darem parecer sobre a matéria". "Ano e meio depois deixe-se de conversas: qual a solução [para o malparado]?", perguntou o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, sem obter resposta.
Também a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no Montepio foi chamada à discussão. O chefe do Executivo disse não ter "nada a opor" ao negócio: "Vemos como positivo que no contexto de estabilização do sistema financeiro exista um banco que seja do setor social", acrescentou António Costa. A instituição pode entrar no Montepio "se for de acordo aos interesses da Santa Casa da Misericórdia".
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