Costa vai combater em diretas
Líder procura relegitimação interna.
Pergunta CM
António Costa deve demitir-se do cargo de secretário-geral do PS?
O secretário-geral do PS, António Costa, propõe esta segunda-feira ao partido a marcação de um congresso, previsto pelos estatutos, e eleições diretas, avisando que se recandidata no rescaldo das legislativas que colocaram os socialistas como a segunda força mais votada. Dentro do partido, a tensão já se começa a sentir, com o anúncio de possíveis candidaturas, como a de Álvaro Beleza, ou a pressão para que Francisco Assis avance contra Costa.
Assis não integra as listas do partido, por opção, por isso não assistirá ao discurso que António Costa fará esta segunda-feira na comissão política, que será decisiva. Ao que apurou o CM, Francisco Assis, que é eurodeputado, quererá primeiro perceber o que pretende fazer o atual secretário-geral sobre a estratégia para viabilizar ou não um Orçamento do Estado da coligação PSD/CDS. Álvaro Beleza, antigo dirigente da equipa de António José Seguro, já sinalizou a sua vontade de avançar, mas só se Francisco Assis não concorrer novamente à liderança do partido.
Na lista de potenciais candidatos surgem ainda nomes, menos prováveis, como o do atual autarca de Lisboa, Fernando Medina, ou o cabeça de lista por Aveiro, Pedro Nuno Santos. Ainda assim, seriam ambos uma hipótese sem Costa na equação.
Com a tensão a aumentar, a ala ‘segurista’ do partido está a organizar um jantar para preparar a comissão política desta noite, com António Galamba, Eurico Dias e Miguel Laranjeiro.
De todos os lados surgem sinais de apreensão, porque ninguém sabe se António Costa viabiliza o programa de governo do PSD e do CDS-PP.
Segundo Vitalino Canas, deputado do PS e próximo do líder, Costa está aberto a entendimentos à esquerda e à direita.
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