Líder do PS diz que diálogo com PCP não é sobre um Governo.
O mandato da comissão política do PS está a ser cumprido: o líder socialista, António Costa, vai dialogar à esquerda e à direita, mas escolheu começar pela esquerda. Costa assumiu ontem que "há condições para aprofundar pontos de convergência" com o PCP, depois de hora e meia de conversa com o líder comunista, Jerónimo de Sousa, que elencou áreas – como a subida do salário mínimo para 600 € – que são passíveis de acordo com o PS. Outras fontes dizem que o aproximar de Costa à esquerda dá mais margem ao PS na negociação com Passos Coelho e Paulo Portas.
Certo é que a CDU passou a mensagem de que abre as portas a um Governo socialista para evitar um Executivo de direita. Hoje, Costa reúne-se com Catarina Martins, porta-voz do BE, e amanhã encontra-se com os líderes do PSD e do CDS-PP.
À saída do encontro de ontem, António Costa esclareceu que o diálogo com o PCP é sobre "políticas" e não sobre formas de Governo. Porém, a CDU vale 17 deputados e o BE 19. Isto sem contar com os votos da emigração, que só são apurados no dia 14. Aí, as contas podem ser outras, dando folga a Costa e, eventualmente, colocando até o PS como o partido mais votado. Tudo depende de quantos deputados o PSD eleger. Ontem, no Parlamento, houve quem fizesse as conta. Se o PSD só eleger um dos quatro mandatos por atribuir, fica com 87 deputados (sem contar com os 18 do CDS), e o PS com 88. Logo, os socialistas passam a partido mais votado, argumento que abriria um imbróglio político para o Presidente da República, Cavaco Silva. As contas, para já, não surgem no discurso oficial, mas podem indiciar que o líder do PS terá um plano B caso falhe um acordo com a coligação PSD/CDS.
PSD e CDS preparam grupo negociador
O PSD e o CDS-PP vão reunir-se esta sexta-feira com António Costa, secretário-geral do PS. Os dois partidos da coligação de direita estão a constituir as equipas de negociadores que deverão integrar a conversa.
Do lado dos sociais-democratas, é apontado Matos Correia, vice-presidente do partido, como elemento de apoio a Passos Coelho. Já Paulo Portas deverá levar Mota Soares, vice-presidente do CDS.
Nos dois partidos, a principal mensagem que tem sido transmitida é a de que o PS não deve ser visto como um "objeto de pancada" mas antes como "um parceiro negocial". Esta posição será determinante para que a aproximação de Passos e Portas a Costa seja bem-sucedida. Além disso, um conselheiro nacional do PSD sublinha também que a mudança de postura da coligação na questão das presidenciais "não é inocente".
Antes, a lógica no PSD e no CDS era de que os partidos deveriam ter uma posição comum no apoio a um candidato à direita.
Agora, a estratégia de Passos e Portas é a de não apoiar nenhum candidato formalmente, num gesto que é visto entre os sociais-democratas como "um ato de demonstração de boa vontade" para com os socialistas, que ficariam numa posição delicada ao serem pressionados a apoiar um dos nomes – Maria de Belém ou Sampaio da Nóvoa – já na corrida.
Bloco pede adiamento do encontro
PCP traça caderno de encargos
Após o encontro com o líder do PS, Jerónimo de Sousa traçou o caderno de encargos que poderá permitir um acordo com os socialistas. Além da subida do salário mínimo, facilmente aceite pelo PS, o líder do PCP pediu um plano de combate à precariedade, a reposição de salários e pensões, uma política fiscal mais justa, a diversificação do financiamento da Segurança Social e a reversão da concessão dos transportes.
Lobo Xavier falado para Executivo
O centrista António Lobo Xavier é um dos nomes falados nos corredores da coligação PSD/CDS para a pasta da Economia, ocupando o lugar deixado vago por Pires de Lima. Lobo Xavier, que foi durante anos parceiro de debate de António Costa na ‘Quadratura do Círculo’, é visto como uma opção para uma área onde revela experiência. O ex-dirigente do CDS é administrador não executivo da NOS e vogal da Mota-Engil.
Nuno Crato arruma a casa antes de sair
O ministro da Educação, Nuno Crato, disse ontem, em Campo Maior, estar "concentrado em arrumar a casa", salientando que a passagem pela política "é passageira". "O que eu posso dizer é que estou concentrado em arrumar a casa, em finalizar este mandato, e sei que a minha passagem pela política é passageira, eu sou um professor", afirmou o ministro. Crato disse ainda que, apesar de não estar formado novo Governo, o mandato "está a acabar".
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