Saúde, habitação e desigualdades: Rui Tavares e Inês Sousa Real têm as mesmas preocupações, mas divergem nas propostas

Eleições legislativas estão marcadas para dia 18 de maio.

22 de abril de 2025 às 18:22
Rui Tavares e Inês Sousa Real Foto: DR
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O líder do Livre, Rui Tavares, afirmou, esta terça-feira, que "é muito mais" o que une o Livre e o PAN do que o que os "separa". Já a líder do PAN, Inês Sousa Real, considera que a economia verde é a maior diferença entre propostas. 

O frente a frente entre Inês Sousa Real e Rui Tavares foi transmitido pela RTP3. Em causa está uma sequência de debates legislativos que terminam com as eleições antecipadas agendadas para o dia 18 de maio. 

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Depois, os dois líderes abordaram a temática da habitação, com Rui Tavares a defender a necessidade de se criar um Serviço Nacional de Habitação (SNH), que teria como objetivo garantir o direito universal à habitação, e que, segundo disse, teria um custo anual de mil milhões de euros que seria financiado por "uma taxação sobre os lucros extraordinários das áreas económicas que têm lucrado com a crise no imobiliário".

Nesta matéria, Inês Sousa Real considerou que as políticas de habitação foram "um dos maiores falhanços" de sucessivos governos e defendeu que se deve acabar com o regime de residentes não habituais para implementar medidas como reduzir o IVA para a reabilitação de prédio e garantir o financiamento para cooperativas de habitação.

Na saúde, Rui Tavares considerou que, hoje em dia, o SNS está numa situação de "concorrência desleal" e "a lutar com uma venda nos olhos e o braço amarrado atrás das costas" com o privado, defendendo uma proposta para que "o público saiba do privado o mesmo que o privado sabe do público", designadamente condições salariais.

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Já Inês Sousa Real frisou que o PAN apresenta uma proposta para que doentes oncológicos tenham a sua baixa médica remunerada a 100% e outra para criar um SNS para os animais, que seria financiado com "o fim dos apoios públicos que são dados às touradas".

Os líderes abordaram depois a questão da violência doméstica, com Sousa Real a sustentar que é preciso acabar com a "guerra dos sexos" em Portugal, propondo que a violação seja considerado um crime público e que órfãos de violência doméstica tenham direito a uma pensão do Estado.

Rui Tavares disse partilhar a preocupação e defendeu medidas como a atribuição de um subsídio de desemprego a vítimas de violência doméstica.

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Na reta final do debate, os dois líderes foram questionados sobre a decisão do Tribunal Constitucional (TC) de declarar inconstitucionais algumas normas da lei que regula a morte medicamente assistida. Rui Tavares prometeu ler com atenção o acórdão e integrar os reparos do TC, enquanto Sousa Real disse lamentar profundamente a decisão, considerando que o país "já tem levado muito tempo" em regulamentar a eutanásia.

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