Esquerda pede a Cavaco Silva solução rápida

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, deu esta quarta-feira corpo ao pensamento dos partidos à esquerda quando pediu ao Chefe de Estado, Cavaco Silva, para não prolongar a atual situação de impasse político, sem governo legitimado pelo Parlamento.

"Não iludi o facto de que na Assembleia da República o prolongamento de uma situação nova e difícil, e complexa, em que mesmo do ponto de vista da constitucionalidade certas propostas de lei vindas do Governo podem ser polémicas, não é positivo para o País", defendeu Ferro Rodrigues, aludindo aos poderes de um governo em gestão.

Contudo, o Presidente da República não se desvia um milímetro da sua estratégia e hoje começa a ouvir os parceiros sociais: a Confederação Industrial de Portugal, a do Comércio e Serviços de Portugal, a dos Agricultores de Portugal e a do Turismo.

Ao que apurou o CM, Cavaco Silva quer ouvir personalidades, associações e instituições, num processo que se vai arrastar por duas semanas. Neste quadro, não é de descartar a audição do Banco de Portugal e da CMVM, além de representantes da Banca.

Segundo apurou o CM, não está prevista a convocação de um Conselho de Estado, porque não está em causa a dissolução do Parlamento e Cavaco Silva ainda se desloca à Madeira nos próximos dias 16 e 17 de novembro.

Só no final das audições, Cavaco ouvirá os partidos e tomará uma decisão, que aponta para a indigitação de António Costa, líder do PS, como primeiro-ministro. A alternativa seria a de um governo de gestão, para o qual o ainda primeiro-ministro, Passos Coelho, está indisponível. Ontem, a esquerda desdobrou-se em declarações a pedir celeridade a Belém, nomeadamente João Oliveira, do PCP, e Pedro Delgado Alves, do PS, para evitar o clima de confronto no Parlamento.Clique para ler o especial Legislativas 2015: Portugal a votos