"Esta Secretária de Estado não vai chegar a 55 horas": Cotrim Figueiredo sobre Carla Alves
Líder da Iniciativa Liberal falou sobre polémica que envolve a Secretária de Estado da Agricultura e o marido.
O líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, viu a moção de censura ao Governo chumbada esta quinta-feira e referiu que a Secretária de Estado da Agricultura "não vai durar 55 horas".
O líder da IL considerou esta quinta-feira não fazer sentido colocar "nas costas do Presidente da República uma corresponsabilidade" na verificação dos currículos das pessoas a nomear para o Governo, defendendo que essa é uma função do primeiro-ministro.
"Há de facto falta de escrutínio das pessoas que são nomeadas para cargos públicos, agora a solução não é partilhar responsabilidades do chefe do Governo com o Presidente da República", defendeu João Cotrim Figueiredo em declarações aos jornalistas no final do debate da moção de censura proposta pela IL, que foi hoje chumbada.
Para o presidente liberal, o primeiro-ministro não se pode escusar desta responsabilidade, defendendo que se "houver um envolvimento adicional no processo de escrutínio que seja da Assembleia da República e não do Presidente da República".
"Querer pôr nas costas do Presidente da República uma corresponsabilidade na verificação do currículo de pessoas que vão servir um Governo não faz sentido", disse a propósito do anúncio hoje feito por António Costa de que vai propor a Marcelo Rebelo de Sousa um circuito para "transparência e confiança" na nomeação de governantes.
As declarações de João Cotrim Figueiredo foram feitas antes de ser conhecida a demissão da secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves.
"O senhor Presidente da República, que é conhecido por ser cuidadoso e é conhecido nos seus mandatos por ter sempre apoiado as posições do Governo e não tem sido propriamente uma força de oposição, ao dizer o que disse eu acho que retirou qualquer hipótese da senhora secretaria de Estado [da Agricultura] permanecer no lugar", afirmou.
O Presidente da República tinha considerado que a secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, tinha "uma limitação política", pelo caso judicial que envolve o marido, e devia ajuizar se teria condições para se manter em funções.
Na opinião do liberal, este caso da secretária de Estado da Agricultura tinha sido "perfeitamente evitável".
"Tinha que ser conhecido e não foi, não foi escrutinado, parece quase uma provocação àquilo que o senhor Presidente da República disse na mensagem de Ano Novo", disse.
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