Gouveia e Melo apela ao diálogo e diz que há propostas laborais que não fazem muito sentido

Questionado sobre a entrega do pré-aviso de greve geral para 11 de dezembro, o candidato presidencial defendeu que se podia ter "negociado mais".

17 de novembro de 2025 às 16:46
Gouveia e Melo Foto: José Sena Goulão/Lusa
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O candidato presidencial Gouveia e Melo considerou esta segunda-feira que algumas propostas para alterar as leis laborais que "não fazem muito sentido" por precarizarem "demasiado o trabalho" e apelou ao diálogo e à negociação.

Questionado sobre a entrega do pré-aviso de greve geral para 11 de dezembro, o candidato presidencial defendeu que se podia ter "negociado mais" e que o Governo tinha também que ser "mais flexível".

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Quanto aos representantes dos trabalhadores, "também têm que ver o futuro do país em termos do que têm que flexibilizar para uma economia moderna mais dinâmica", disse, em declarações aos jornalistas no final de um encontro com associações de estudantes universitários da academia do Porto.

"Mas, claro, que concordo que temos que mudar, mas mudar com coesão, porque a economia são as pessoas e deixar as pessoas para trás numa economia será muito mau", disse, propondo que o Governo olhe para "as alterações que estão em jogo", porque há propostas que "muitas vezes não fazem muito sentido, porque precarizam demasiado o trabalho".

Deu como exemplo "a proposta de aumentar para três anos os contratos que, ao fim e ao cabo, não são contratos, é a experiência do contratado junto à empresa".

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"Não parece que passado um ou dois anos, uma empresa já não perceba se o contratado tem ou não qualidades para prolongar", assinalou, considerando que "estar a prolongar é precarizar o trabalho".

"Isto é só um exemplo de uma das coisas, mas o diploma tem mais ou tem perto de 100 alterações", observou.

"Todas as negociações são cedências de ambas as partes, porque senão não é negociação. Claro que os trabalhadores têm que pensar que a economia mudou muito. Um trabalho para toda a vida é uma coisa que não é uma realidade neste momento", disse.

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Gouveia e Melo sustentou que é "o tecido social que está em causa, o verdadeiro tecido social. E a economia são as pessoas, a economia não são só as empresas, são as empresas e as pessoas" e "as empresas hoje em dia não podem pensar só nos seus acionistas (...) têm também de pensar nos seus trabalhadores, nos seus clientes e no impacto que têm no ambiente e na sociedade".

"E são as empresas que pensam desta forma mais alargada, aquelas que me parecem contribuir não só para a sociedade, mas também contribuem para a sua sobrevivência a médio e longo prazo", acrescentou.

O candidato à presidência da República pronunciou-se ainda sobre a greve dos Bombeiros Sapadores de Lisboa, considerando que "somos um Estado muito atreito ao improviso, às soluções que não são soluções verdadeiramente estruturais e nós temos que mudar esse tipo de abordagem".

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"E mudando esse tipo de abordagem nós vamos conseguir resolver os problemas do país. Relativamente aos bombeiros, o que lhe posso dizer é que logo que vieram as primeiras chuvas, os problemas dos fogos desapareceram, mas vão reaparecer certamente no próximo ano, se não fizermos nada. E todos nós temos direito à nossa dignidade profissional. É importante não tratar os bombeiros como indivíduos que só nos lembramos deles quando são verdadeiramente precisos", afirmou.

Questionado, a propósito dos debates televisivos, que têm hoje início, se a experiência política pode ser um fator importante, Gouveia e Melo considerou que "ser genuíno é muito mais".

"Eu serei o que sempre fui, serei genuíno. Se os debates me correrem mal ou bem, serão resultado da minha forma de estar", afirmou o candidato.

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Neste encontro com universitários, Gouveia e Melo quis deixar a mensagem de que estas reuniões com os estudantes deveriam ser regulares, por se tratar de jovens "numa fase de transição para o mercado de trabalho, ouvindo as suas necessidades e preocupações e perceber como se podem resolver os problemas de Portugal neste futuro próximo".

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