Gouveia e Melo será o novo Chefe do Estado-Maior da Armada

Governo muda cúpula deste ramo das Forças Armadas três meses depois de Marcelo reverter a mesma decisão.

23 de dezembro de 2021 às 01:30
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Três meses depois da exoneração anulada por Marcelo Rebelo de Sousa, o almirante Mendes Calado foi mesmo afastado do cargo de Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA). O sucessor será, como esperado, o vice-almirante Gouveia e Melo, que deverá tomar posse ainda esta quinta-feira.

Segundo o CM apurou, as posições de Mendes Calado contra as recentes mudanças na lei orgânica que alterou a coordenação dos ramos militares voltaram a estar na base da decisão, comunicada ao almirante Mendes Calado pelo ministro da Defesa na terça-feira à noite. Desta vez, o Presidente da República estaria informado e aceitou a proposta do Governo. Na prática, o processo de afastamento de Mendes Calado esteve ‘congelado’ desde setembro e avançou agora. Não houve uma explicação oficial de nenhum dos organismos envolvidos para esta mudança.

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O nome do vice-almirante Gouveia e Melo – ex-coordenador da ‘task force’ que saltou para a ribalta devido aos resultados alcançados na vacinação da população portuguesa contra a Covid-19 – foi discutido esta quarta-feira pelo Conselho do Almirantado, a primeira das diligências formais para a aprovação do novo CEMA. Se em setembro este órgão superior da Marinha Portuguesa se tinha manifestado contra, agora não houve contestação. Segue-se o parecer do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, também favorável à nomeação. Após estas consultas, o Governo, que hoje aprovará Gouveia e Melo como CEMA em Conselho de Ministros, entrega a proposta de nomeação ao Presidente da República, que tem a palavra final no processo. Sabe o CM que, após a polémica de setembro, a posição de Marcelo mudou e que a exoneração de Mendes Calado foi aceite antes de qualquer anúncio oficial. Num processo feito em contrarrelógio, o vice-almirante deverá ser empossado em Belém ainda esta quinta-feira.

O Governo recusou comentar esta quarta-feira o assunto. Já o PSD mostrou-se alinhado com a decisão, sem questionar sequer o momento da mesma, a um mês de eleições Legislativas. “O ministro da Defesa percebeu algo que já se verificava há algum tempo. A Armada portuguesa não estava a ser de uma eficácia que correspondesse aos padrões e às normas que se pretendia”, disse Ângelo Correia, coordenador da área de Defesa no Conselho Estratégico do PSD.

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