Históricos do CDS-PP alinhados com Adolfo
Mesquita Nunes confirmou estar disponível para liderar centristas se houver congresso.
Se vier a disputar a liderança do CDS-PP, Adolfo Mesquita Nunes vai poder contar com o apoio de nomes fortes do partido. O ex-vice-presidente centrista já confirmou estar disponível para essa corrida se existir um congresso antecipado.
Antes de assumir publicamente o apoio, os militantes ouvidos pelo CM preferem aguardar pela discussão do Conselho Nacional extraordinário, para não agravar ainda mais a crise interna no partido. Contudo, dizem, a notícia da disponibilidade de Mesquita Nunes foi recebida com "sensação de alívio e esperança".
Numa entrevista ao ‘Público’, o centrista avisou que só estará disposto a protagonizar uma disputa pela liderança no curto prazo: "Entendo que a única altura, o momento limite para salvar o CDS é agora."
Entre os democratas cristãos, o percurso de Adolfo Mesquita Nunes é amplamente elogiado. "Tem capacidades mais do que suficientes para liderar o partido. E tem uma coisa essencial: uma vontade enorme", reage o antigo líder parlamentar Nuno Magalhães. Hélder Amaral reconhece que esta "foi a melhor notícia no passado recente do CDS".
Também João Gonçalves Pereira assumiu este sábado o apoio.
Apesar de lembrar que é preciso esperar pelas decisões do Conselho Nacional, António Pires de Lima não hesita em elogiar o "trajeto político responsável" do antigo colega de Governo. Sem assumir o apoio, não esconde contudo o desejo de mudança. "Seria uma maldade enorme deixar esta direção em lume brando", reage.
Já Diogo Feio diz apenas esperar que o próximo Conselho Nacional "seja um espaço livre de debate de ideias". Apesar de confirmar que existirá este encontro, a direção de Francisco Rodrigues dos Santos não adiantou se a realização do congresso e de eleições antecipadas vão fazer parte da ordem de trabalhos. Em último caso, os militantes podem forçar essa disputa, através de uma recolha de assinaturas.
Movido pela igualdade
Nascido em Lisboa, foi na terra dos avós, a Covilhã, que cresceu e assentou raízes. Advogado de profissão, é militantes no CDS-PP há mais de duas décadas. Aos 43 anos, mostra-se pronto para liderar o partido. Com uma vasta experiência em funções públicas, destacou-se como secretário de Estado do Turismo entre 2013 e 2015. Foi também vice-presidente de Assunção Cristas. Em 2018, assumiu publicamente a homossexualidade. Nessa entrevista, contou ter recusado a retirada de um cartaz de campanha que tinha sido vandalizado com a palavra "gay". O Festival da Eurovisão é um dos temas que mais gosta de discutir.
Longe do partido para apostar na carreira
Adolfo Mesquita Nunes renunciou, em março de 2019, ao cargo de vice-presidente no CDS-PP, justificando que deixaria o combate político para se focar na carreira profissional. Tinha, então, sido escolhido como administrador não executivo na Galp. Além da nova função, manteve-se como sócio no escritório de advogados Gama Glória. Visto como um dos rostos mais liberais do CDS-PP, entre os seguidores havia quem acreditasse na sua saída em breve para o Iniciativa Liberal. Agora, se vier a liderar, terá de equilibrar os anseios da ala conservadora.
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