Igreja teme aprovação da adopção por gays
No adeus à presidência da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga alertou para as pressões que "grupos minoritários" estão a fazer no sentido de que sejam aprovadas novas leis fracturantes, como a adopção de crianças por homossexuais, as barrigas de aluguer ou o testamento vital.
Referindo que está em causa "a ética da vida e da dignidade humana", o arcebispo de Braga afirma que "é preocupante o conjunto de medidas que pretendem regular aspectos da biologia e da medicina com evidentes reflexos nefastos na estrutura matrimonial". De resto, no balanço dos últimos seis anos, D. Jorge diz que as "baixíssimas" taxas de natalidade que se registam em Portugal são, sobretudo, o reflexo "de medidas legislativas" como os casamentos gay ou a facilitação do divórcio.
Num discurso sem meias-palavras, aquele que é, a partir de hoje, ex-presidente da CEP elenca os grandes males do País, como o desemprego, a pobreza e a corrupção, e pede verdade na próxima campanha eleitoral. "Seria insuportável para o País se enveredássemos pela lógica imediatista e pela apresentação de promessas enganadoras e ludibriadoras da real situação em que nos encontramos", disse D. Jorge, sublinhando que "a política tem de ser uma vocação de serviço e nunca uma via carreirista". De resto, o prelado voltou a apelar a "um consenso alargado" para vencer a crise.
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