Indefinição sobre coligação a seis meses das eleições
Permanece dúvida sobre coligação pré-eleitoral PSD/CDS-PP.
A cerca de seis meses das legislativas permanece a indefinição se vai repetir-se a coligação pré-eleitoral das europeias entre PSD e CDS-PP, apesar de ambos os partidos reconhecerem que decorrem conversas "com discrição".
As eleições regionais na Madeira de 29 de março tinham vindo a ser apontadas como o momento a partir do qual a decisão seria tomada, já que os dois partidos concorriam a esse ato eleitoral separados, e o mês de abril como o horizonte de conclusão das negociações para uma coligação.
Contudo, o Diário de Notícias avançou na quinta-feira que um acordo deve estar firmado em maio.
À beira de "facto histórico"
No final de uma visita oficial ao Japão, na semana passada, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse não querer comentar matérias relacionadas com a coligação numa viagem oficial, mas a resposta conteve um tom elogioso, ao afirmar que PSD/CDS-PP estão à beira de concretizar o "facto histórico" de constituírem o primeiro executivo de coligação a terminar o mandato.
O porta-voz do PSD, Marco António Costa, disse na semana passada ao Observador que "as conversas" com os centristas "estão a ser feitas com discrição" e que, apesar de ambos os partidos já terem formado grupos de trabalho para as bases de um programa eleitoral, essas equipas estão a "conversar politicamente, a trocar ideias". "Nunca estivemos cada um para seu lado, não é agora que vamos estar", disse ao jornal online.
Juntos nas jornadas do crescimento
Em fevereiro, Passos e Paulo Portas deram um sinal ao estarem juntos na sessão de abertura das "jornadas do crescimento", uma iniciativa conjunta de PSD e CDS. O primeiro-ministro e líder do PSD sublinhou a importância da estabilidade política e social, considerando que seria "um disparate muito grande" não fazer tudo para continuar a garantir essas condições.
Já em janeiro, o vice-presidente centrista Nuno Melo dizia que celebração de uma coligação era matéria que estava a ser tratada "com reserva", por Passos Coelho e Paulo Portas. "A questão partidária da celebração de uma coligação eleitoral, julgo que se ainda está muito a tempo, e deve ser tratada neste momento com reserva, a começar pelos presidentes dos partidos, o que eu acredito que está a ser feito, sei que está a ser feito", dizia Nuno Melo à Lusa.
Nos congressos que PSD e CDS-PP realizaram no início do ano passado nada ficou decidido quanto a alianças.
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