Jerónimo de Sousa: "Governação mostra um PS cada vez mais inclinado para a direita"

Na sua última intervenção como secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa deixou críticas à forma governativa de António Costa. 

12 de novembro de 2022 às 11:37
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Jerónimo de Sousa acusou este sábado a governação de maioria absoluta de mostrar "um PS cada vez mais inclinado para a direita" e considerou que os socialistas, PSD, CDS e IL e Chega encenam e empolam divergências.

"Hoje está muito claro qual é o sentido da governação do PS maioritário e quão verdadeira era a palavra do PCP quando afirmava que o PS não queria resolver os problemas nacionais, mas tão só romper com a política de defesa, reposição e conquista de direitos e criar condições para retomar na plenitude a política de direita que sempre teve como sua", acusou Jerónimo de Sousa, na abertura dos trabalhos da Conferência Nacional do PCP, em Corroios, concelho do Seixal.

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Para Jerónimo de Sousa, a governação socialista "mostra um PS cada vez mais inclinado para a direita", ao fazer opções de política económica e orçamental que conduzirão ao "perigo de uma nova fase de definhamento económico e e degradação social".

"As recentes alterações do quadro político", continuou o líder cessante do PCP, vão "replicar, senão aprofundar a evolução negativa do país que décadas de política de direita impuseram".

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E a maioria absoluta que António Costa alcançou nas eleições legislativas de janeiro só foi alcançada com uma "operação de chantagem e mistificação".

Segundo o secretário-geral comunista, a alteração no quadro político decorrente das eleições traduziu uma "ampla promoção" das forças reacionárias num quadro em que PS e os partidos de direita "empolam e encenam" uma oposição entre si quando na verdade tem uma "ação convergente" em aspetos essenciais.

Na sua última intervenção como secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa deixou bicadas à forma governativa de António Costa. 

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O PCP anunciou há uma semana que Jerónimo de Sousa ia deixar de ser secretário-geral do PCP por razões de saúde e que Paulo Raimundo era o nome proposto para o substituir. Paulo Raimundo, de 46 anos, vai ser este sábado eleito o quarto secretário-geral do PCP depois de uma reunião do Comité Central que deverá começar assim que encerrarem os trabalhos do primeiro dia da conferência.

A Conferência Nacional do PCP, a quarta em 100 anos, foi organizada com o objetivo de reenquadrar a ação do partido em contexto de maioria absoluta do PS, aumento da inflação e consequente degradação das condições de vida da generalidade da população, e também de incerteza em relação ao redesenho do mapa geopolítico internacional.

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