Conferência tem como propósito reafirmar as conclusões do congresso de Loures, em novembro de 2020.
Mais de 900 delegados do PCP discutem entre esta sábado e amanhã o reenquadramento do partido no panorama político do país na quarta conferência nacional em 100 anos, que vai também confirmar a eleição de Paulo Raimundo como secretário-geral.
O pavilhão do Alto do Moinho, em Corroios, no Seixal, vai receber entre 900 e 1.000 delegados comunistas, de acordo com a estimativa do partido, na Conferência Nacional do PCP "Tomar a iniciativa, reforçar o partido, responder às novas exigências".
Os trabalhos arrancam às 10h30, com a última intervenção do secretário-geral cessante do PCP, Jerónimo de Sousa. Ao longo do dia estão previstas intervenções de vários dirigentes proeminentes do partido, mas fonte do PCP disse que só perto do início da conferência é que o serão revelados os nomes.
Os trabalhos do primeiro dia terminam pelas 19h00, altura em que os 129 membros do Comité Central do PCP se reúnem para debater e votar o nome de Paulo Raimundo (que também faz parte da direção comunista) para secretário-geral do partido.
No dia seguinte os trabalhos começam às 10h00 e terminam pelas 13h00, altura em que Paulo Raimundo vai fazer a primeira intervenção enquanto novo secretário-geral do PCP.
A conferência tem como propósito reafirmar as conclusões do congresso de Loures, em novembro de 2020, reenquadrando-as à realidade de 2022, já que nos últimos dois anos muito se alterou.
O cenário no país é completamente diferente. O PS tem maioria absoluta na Assembleia da República, o PCP perdeu grande parte da influência que conquistou entre 2015 e 2019 junto do Governo de António Costa, a inflação fez aumentar os preços de praticamente tudo e é previsível um aumento também do descontentamento da população, que poderá ir para as ruas, um terreno profícuo para o PCP e para Paulo Raimundo, que não terá o palco do parlamento para se afirmar como líder comunista e oposição ao PS.
O panorama geopolítico internacional também está a sofrer profundas alterações, com a incerteza quando à longevidade e desfecho da guerra na Ucrânia, as tensões acentuadas entre os Estados Unidos e a China por causa de Taiwan, o crescimento da extrema-direita países europeus, como Itália, Hungria, Áustria e Suécia, e, em oposição, o ressurgimento de governos de esquerda na América do Sul, como é o caso do Brasil, Chile e Colômbia.
Face a este cenário, o PCP vai reavaliar os seus posicionamentos e reenquadrar a sua ação enquanto partido que quer implementar uma "política patriótica, alternativa e de esquerda", um 'mantra' repetido por todos os dirigentes e que Jerónimo de Sousa incluía na maioria das intervenções que fazia.
Os comunistas vão discutir um projeto de resolução da conferência que identifica os principais problemas na ótica do PCP e inclui as aspirações para o futuro. Entre elas está a formação de mais 1.000 quadros do partido, em particular jovens, até 2024. A necessidade de incluir mais jovens na ação diária do PCP e nas decisões foi manifestada à Lusa por vários dirigentes em antecipação desta conferência.
Jerónimo de Sousa também o tem manifestado nos últimos anos e se não prescindiu de ter uma palavra na escolha do seu sucessor, também deixou este alerta para o futuro: o futuro do PCP só se faz com os jovens nas fileiras do partido.
Fonte do partido confirmou durante a semana à Lusa que há mais de 500 propostas de alteração ao projeto, que também propõe encontrar uma forma de contrariar a "campanha anticomunista" que segundo o partido tem menorizado a "força do PC".
O texto alterado vai ser disponibilizado para consulta de todos e ao longo destes dois dias vai ser votado com o propósito de reenquadrar as diretrizes comunistas para os próximos anos.
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