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"Saio de cabeça erguida": Jerónimo de Sousa abandona liderança e lugar de deputado do PCP

Ao fim de 18 anos, a decisão de abandonar o cargo de líder parlamentar do PCP deve-se a questões de saúde.

06 de novembro de 2022 às 11:06
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'Saio de cabeça erguida': Jerónimo de Sousa abandona liderança e lugar de deputado do PCP

Jerónimo de Sousa faz este domingo o último discurso como líder parlamentar do PCP. O político será substituído por Paulo Raimundo.

O ainda atual chefe partidário do Partido Comunista Português, começou por abordar que as reuniões do comité central do partido se irão realizar nos próximos dia 12 e 13 de novembro.

Posteriormente, apresentou várias críticas às decisões tomadas pelo atual governo português e ao Orçamento de Estado proposto para 2023, onde refere que este "não assegura condições para os trabalhadores", e "agrava a dependência externa".

Alerta ainda que "é preciso defender os serviços públicos", proceder à "redução do rendimentos das famílias".

Ao fim de 18 anos de liderança, Jerónimo de Sousa diz que irá não continuar como deputado, no entanto mantém-se como membro da comissão nacional e deixa o recado "precisamos de reforçar o grupo parlamentar".

A decisão de abandonar o cargo de líder parlamentar do PCP deve-se a questões de saúde ao existir "uma alteração qualitativa" das suas capacidades e refere que esta "foi por iniciativa propria tendo em conta a cirurgia e sequelas", mas "saio de cabeça erguida", sustentou Jerónimo de Sousa, depois de ser questionado pelos jornalistas sobre a permanência enquanto deputado.

O jovem dirigente comunista Duarte Alves é o nome seguinte na lista de candidatos à Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Lisboa, por onde Jerónimo de Sousa foi eleito.

Sem referir o nome de Duarte Alves, o líder cessante referiu: "Posso afirmar que estamos em condições de avançar com uma solução dinâmica."

Duarte Alves, economista de profissão, era um dos mais jovens deputados na última legislatura. Depois de falhar a eleição nas legislativas de janeiro de 2022 começou a desempenhar funções de assessor parlamentar na bancada comunista. A nível parlamentar ficou conhecido pela sua intervenção na comissão de inquérito às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.

Já relativo ao cargo de Secretário-Geral do partido, Paulo Raimundo foi o nome escolhido dentro da direção comunista para o substituir: "É um camarada de uma geração mais jovem, com um percurso de vida marcado por uma experiência diversificada, com capacidade, inserção no coletivo, preparado para uma responsabilidade que associa a dimensão pública com a ligação, contacto e identificação com os trabalhos e as massas populares, com o trabalho do partido, as suas organizações e militantes."

O PCP anunciou na noite de sábado que o secretário-geral, Jerónimo de Sousa, vai deixar o cargo depois de uma reflexão sobre a sua saúde. Paulo Raimundo, de 46 anos, vai ser o sucessor de Jerónimo de Sousa, que estava na liderança do partido há 18 anos.

O secretário-geral cessante tinha mandato até 2024 e vai ser substituído por um dos poucos dirigentes que faz parte dos órgãos mais restritos do partido - a Comissão Política e o Secretariado. Paulo Raimundo é uma figura proeminente para as bases comunistas, mas desconhecida na esfera mediática.

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