José Luís Carneiro diz que candidatura de Ventura exige consciência da importância de apoiar socialista
Socialista insistiu ainda que "ter alguém com esta personalidade" a candidatar-se à Presidência da República faz deste um "momento decisivo para os democratas" dialogarem.
O secretário-geral do PS afirmou esta terça-feira que a candidatura de André Ventura a Belém deve exigir uma "tomada de consciência" sobre a "importância de apoiar alguém do campo do socialismo democrático" nas eleições presidenciais.
"É um momento que deve exigir de todos os democratas uma tomada de consciência coletiva sobre a importância de apoiar alguém do campo do socialismo democrático, quando num momento oportuno o Partido Socialista vier a tomar a sua posição, para garantirmos que os valores da democracia e os valores do Estado de direito são salvaguardados", disse.
José Luís Carneiro falava aos jornalistas à margem da apresentação da candidatura autárquica de Vítor Ferreira à Câmara da Amadora após ser questionado sobre o anúncio da candidatura a Belém do líder do Chega, André Ventura.
O líder do PS, que recusou responder a mais perguntas sobre eleições presidenciais, criticou André Ventura pelas palavras que proferiu num evento em Madrid organizado pelo partido de extrema-direita Vox, em que o líder do Chega pediu a prisão do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e elogiou a "caçada a emigrantes" ocorrida em Múrcia, sul de Espanha.
Para Carneiro, a atitude de Ventura foi grave porque usou uma linguagem e atitude "inaceitáveis no quadro da vida democrática e da civilidade que caracteriza as relações entre as pessoas" e "legitimou o apelo à violência que foi cometida contra os imigrantes em Múrcia".
O socialista insistiu ainda que "ter alguém com esta personalidade" a candidatar-se à Presidência da República faz deste um "momento decisivo para os democratas" dialogarem e "consertarem posições entre si" para que do "campo do socialismo democrático venha a sortir uma candidatura forte que seja capaz de ir à segunda volta e vencer as eleições presidenciais".
O líder do Chega, André Ventura, apresentou-se esta terça-feira como o candidato a Presidente da República antissistema, e defendeu que a sua participação nas eleições presidenciais do próximo ano é uma forma de liderar a oposição.
Numa declaração na sede do Chega, sem direito a perguntas, André Ventura apresentou-se como um candidato "em nome do Chega, antissistema e que representa um corte com o domínio dos partidos" e considerou que o antigo almirante Henrique Gouveia e Melo, seu adversário, é um "representante do espaço socialista".
Além da candidatura esta terça-feira apresentada de André Ventura, anunciaram candidaturas o ex-líder do PSD Marques Mendes, o ex-militar Gouveia e Melo, o ex-líder do PS António José Seguro, o ex-deputado do PCP António Filipe, a ex-líder do BE Catarina Martins.
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