Luís Montenegro diz que situação nos Açores é o "teste de algodão" ao posicionamento do Chega a nível nacional
Presidente do PSD afirma que "não vale a pena o Chega sonhar com negociações" nos Açores.
Luís Montenegro rejeitou a hipótese de o Chega vir a integrar o governo da Região Autónoma dos Açores com o PSD, durante um debate com o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, este sábado, na RTP. Na ótica do presidente do PSD, "não vale a pena o Chega sonhar com negociações" com a coligação de direita, vencedora das eleições de domingo com maioria relativa.
"O PS e o Chega têm uma perspetiva idêntica nos Açores à que têm no País", considerou. Enquanto ao PS "caiu a máscara" com a incapacidade de "respeitar os resultados eleitorais", simbolizada pelo anúncio do voto contra o programa de governo da coligação de direita, o Chega tem nesta situação o "teste do algodão" ao posicionamento a nível nacional.
Durante o debate, Luís Montenegro prometeu garantir a todos os pensionistas um aumento atualizado no mínimo de acordo com a inflação em cada ano. Já Paulo Raimundo insiste no aumento de 7,5% das pensões, custeado por verbas atualmente atribuídas a "benefícios fiscais a grandes grupos económicos", uma proposta criticada pelo presidente do PSD.
"Diga-me quanto custa o aumento de pensões no tempo. Não tem qualquer tipo de exequibilidade. As contas não estão certas", apontou o social-democrata. Paulo Raimundo ripostou e contrariou a estratégia da Aliança Democrática (AD). "Não é em 2028 que queremos aumentar as pensões. É agora, porque agora é que preciso", frisou.
O secretário-geral do PCP lembrou o período de governação social-democrata de 2011 a 2015. "Os rostos da AD e do Chega são os recordistas de cortes de pensões. O maior aumento de impostos de que há memória é no tempo da troika. (...) Nós tivemos um papel determinante para recuperar o que foi expoliado ao nosso povo", vincou. Em resposta, Luís Montenegro referiu que "o corte de pensões foi inscrito no memorando de entendimento negociado pelo PS".
A AD almeja "criar riqueza com realismo e ambição", financiando as políticas sociais com o crescimento económico, alavancado pelo desagravamento da carga fiscal. "Países que tiveram políticas como as que defende o PCP mudaram e têm impostos regressivos para atrair investimento", atirou Luís Montenegro. Mas Paulo Raimundo acredita que a AD "quer descer os impostos para os grandes grupos económicos", enquanto o PCP propõe "descer para as pequenas e médias empresas".
Sobre o cenário político a partir de 10 de março, o candidato da AD prometeu ser primeiro-ministro "se ganhar as eleições com maioria absoluta ou relativa" e perguntou ao comunista se se associa aos resultados da governação socialista, pois "quem esteve unido ao PS durante seis anos foi o PCP".
Quanto à localização do novo aeroporto, Paulo Raimundo espera que "não seja nenhuma multinacional a decidir".
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