Secretário-geral dos socialistas foi ovacionado no final do primeiro discurso como líder do partido.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, anunciou este sábado que o partido "apoiará um candidato" nas eleições presidenciais de 2026, "como há muito tempo não o faz".
Num discurso no 24.º Congresso Nacional do PS, em Lisboa, Pedro Nuno Santos referiu que, no seu mandato como secretário-geral socialista, o partido irá enfrentar "cinco atos eleitorais": as eleições regionais nos Açores, as legislativas, as europeias, as autárquicas e as presidenciais.
Vamos "ganhar as regionais, as europeias, as autárquicas e as presidenciais, com a certeza de que, nas presidenciais, o PS apoiará um candidato como há muito tempo não o faz", anunciou.
Pedro Nuno Santos acrescentou que o partido apoiará esse candidato, "honrando os melhores presidentes da República que Portugal já teve, Mário Soares e Jorge Sampaio", o que provocou um aplauso de pé de toda a plateia.
Secretário-geral do PS elogia antecessor, colhe louros e ataca direita
Estas posições foram transmitidas no primeiro discurso de Pedro Nuno Santos no 24º Congressos Nacional do PS, em que falou sobre o seu percurso nos executivos de António Costa, e atacou todas as forças políticas de direita. Nunca se referiu ao PCP ou ao Bloco de Esquerda, e elogiou experiência da "Gerigonça" entre novembro de 2015 e outubro de 2021.
Nos governos de António Costa, Pedro Nuno Santos considerou que se valorizou como pessoa, amadureceu como político e ganhou experiência quando foi secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e depois ministro das Infraestruturas e da Habitação.
"Testemunhei os constrangimentos, as dificuldades, as resistências que se colocam a quem tem e quer fazer obra. Testemunhei, também, que só erra quem faz ou tenta fazer - ao contrário daqueles que nada fazem e nada tentam. Esses, posso garantir-vos, nunca erram. Mas porque nunca erram, nunca aprendem. Nunca melhoram. Nunca evoluem", advogou, recebendo palmas.
Neste contexto, traçou uma linha de demarcação face à direita, em especial em relação ao PSD: "A grande linha entre nós e eles é entre os que decidem, que fazem, que investem no progresso do país e aqueles que nunca passarão de antigos e ultrapassados velhos do Restelo".
Sobre o presidente do PSD, Luís Montenegro, começou por dizer que pretende esconder-se por trás do mito da AD (Aliança Democrática).
O PSD, na perspetiva de Pedro Nuno Santos, "mostra-se tão envergonhado da sua história recente que, numa tentativa de se unir, teve de ir ao baú recuperar um projeto amarelecido pela antiguidade de mais de 40 anos".
"Com este truque, PSD e CDS pretendem fazer esquecer o período em que governaram juntos, entre 2011 e 2015, quando cortaram salários e pensões, fizeram explodir o desemprego e a dívida pública, aumentaram os impostos e privatizaram sem acautelar o interesse público. Este é o legado recente do PSD e CDS", defendeu.
"Mas os portugueses não esquecem [o executivo de Passos Coelho], têm boa memória, não se deixam enganar com estes malabarismos, tal como não se esquecem de quando também governaram juntos, entre 2002 e 2004, quando Durão Barroso se foi embora para Bruxelas e deixou o país num caos", disse, antes de se referir especificamente ao líder dos sociais-democratas.
"A verdade é que ninguém conhece o projeto de Luís Montenegro para o país. Ao fim de mais de ano e meio sob a liderança de Luís Montenegro, temos o vazio. Um vazio de projeto, vazio de liderança, vazio de visão; é o vazio de credibilidade, vazio de experiência, e, como todos já percebemos, vazio de decisão", acusou.
De acordo com Pedro Nuno Santos, como a política "tem horror ao vazio", surgiram à direita do PSD dois partidos: A Iniciativa Liberal e o Chega.
"Se a Iniciativa Liberal mais parece uma agência de marketing e publicidade, entretida a criar cartazes alegóricos, o certo é que, por detrás de todo aquele espalhafato, esconde-se um projeto de transformação radical da forma como organizamos a nossa vida coletiva. Um projeto profundamente individualista, que tenta transformar o individualismo egoísta e indiferente aos outros em pretensos valores morais. E que vê no "choque fiscal" a solução simplista e falsa para todo e qualquer problema da nossa comunidade", advertiu.
Em relação ao Chega, o secretário-geral do PS apontou que, "para lá da vozearia que o caracteriza, espera que ninguém escrutine as suas propostas", porque "já defendeu tudo o seu contrario".
"O seu único objetivo é, primeiro, alimentar-se dos seus medos, inquietações e descontentamentos; depois, amplificá-los; e, por fim, transformá-los num discurso de ódio e repulsa contra bodes expiatórios, sejam estes os políticos, os imigrantes ou as minorias. A receita desta tática é simples e o resultado também: Uma retórica exaltada que nunca resolveu nem resolverá nenhum problema", acrescentou.
"Sabem porque não nos queixamos das obras nos governos PSD/CDS? Porque não havia obras. Parar, recuar, desfazer, é sempre mais fácil que avançar. Nunca passaram de antigos e ultrapassados velhos do Restelo."
O líder do PS colheu os louros das suas façanhas. "Não escondo o orgulho de ter deixado a TAP com lucro, assim como a CP, que pelo segundo ano consecutivo vai dar saldo positivo", explica.
Pedro Nuno Santos reconhece que "há problemas por resolver"
O secretário-geral do PS reconheceu que "nem tudo foi bem feito" nos últimos oito anos de governação e que ainda "há problemas por resolver", mas defendeu que são os socialistas que estão em "melhores condições" para o fazer.
Pedro Nuno Santos afirmou que, apesar de os socialistas terem "motivos para estar orgulhosos do trabalho feito nestes último oito anos", também sabem assumir, "com humildade, perante os portugueses, que nem tudo foi bem feito e que há ainda muito trabalho pela frente".
"Nós não ignoramos, nem escondemos, antes queremos abordar os problemas que ainda temos", afirmou.
O secretário-geral do PS disse saber que Portugal ainda tem uma "economia pouco sofisticada e pouco diversificada", e que ainda está "longe de ter os salários que os portugueses ambicionam ter".
"Temos problemas nos serviços públicos, na saúde, na escola pública, há dificuldades no acesso à habitação. Nós não escondemos, nem ignoramos, os problemas que ainda persistem em Portugal", reforçou.
Pedro Nuno Santos salientou que "o projeto de um partido socialista é por natureza um projeto inacabado", salientando que o PS tem "trabalho para fazer e problemas para resolver".
"Nunca, mas nunca os esconderemos, nunca mas nunca os ignoraremos, sabemos é que é o PS que está em melhores condições para os continuar a resolver", defendeu.
Para Pedro Nuno Santos, "o PS tem de saber ouvir o povo, ouvir os trabalhadores e os empresários que, juntos, constroem a riqueza" de Portugal, assim como "respeitar os reformados e corresponder às justas aspirações dos jovens".
"É com todos os portugueses que, enquanto secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro, tenciono abrir um novo ciclo no país e garantir as respostas para os problemas que o país inteiro enfrenta e pelas quais não pode esperar mais tempo", frisou.
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