Luta por vitória e estabilidade
Orçamento e apelo ao voto útil aquecem partidos.
É o tudo por tudo até dia 2 de outubro. O período oficial de campanha para as legislativas começa este sábado, e tanto a coligação Portugal à Frente como o PS aumentam a pressão para garantir um único objetivo: vitória clara. A coligação Portugal à Frente não usa a expressão, mas pede estabilidade. Já o PS, pela voz do seu líder, António Costa, recupera a palavra que selou o fim da liderança de António José Seguro no largo do Rato, após as europeias.
"Quem ganha por poucochinho só pode fazer poucochinho", disse este sábado Costa em Odivelas. Mais à frente, em Queluz, foi levado em ombros e fez o apelo ao voto no "partido da mãozinha", expressão do tempo de Mário Soares para não haver equívocos na hora de votar, num piscar de olhos ao eleitorado do centro.
Do outro lado da barricada, em Ourém, depois de uma manhã dedicada à agricultura com direito a um brinde, Passos voltou a atacar Costa, a sustentar que quem não viabiliza um orçamento se perder está a "votar contra Portugal". Segundo o primeiro-ministro, "uma coisa é termos uma visão diferente, propostas diferentes do que queremos fazer, outra é achar que só temos sorte se o País estiver suficientemente mal e tiver azar" para que as propostas vinguem e sejam aceites.
Numa altura em que as sondagens não dão margem para a maioria absoluta de nenhum partido, Costa pediu "vitória clara", isto é "em mandatos e número de votos" para evitar querelas constitucionais em Belém.
Passos Coelho foi ainda mais cauteloso: não falou em cenários pós-eleitorais, nem quis comentar as sondagens. Preferiu destacar a subida de rating da Standard & Poor’s, agência a quem o Estado deixou de pagar serviços em 2014.
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