Manuel Alegre diz que é preciso reformar PS que deve voltar a ser dos pobres e desprotegidos

Para o presidente honorário do PS, "é uma situação grave" e é preciso "pensar para reformar o partido".

27 de maio de 2025 às 15:39
Manuel Alegre Foto: Hugo Monteiro
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O presidente honorário socialista Manuel Alegre defendeu esta terça-feira que, depois da "situação grave" das eleições, é preciso reformar o PS, acabar com o isolamento em relação à juventude e voltar a ser o "partido dos pobres e dos desprotegidos".

Manuel Alegre falava aos jornalistas à entrada para um almoço no parlamento, promovido pelo candidato à liderança do PS José Luís Carneiro, com os fundadores do PS Alberto Arons de Carvalho, José Leitão, José Neves, Nuno Godinho de Matos e Rodolfo Crespo.

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"Não sou bruxo. Eu próprio tenho dificuldade em compreender, mas penso que este fenómeno não é isolado, é um fenómeno que se passa na Europa", respondeu, quando questionado sobre se já tinha compreendido o motivo do mau resultado do PS nas eleições legislativas de domingo.

Para o presidente honorário do PS, "é uma situação grave" e é preciso "pensar para reformar o partido".

"Para acabar com o nosso isolamento em relação a certos setores sociais da população, reaproximar-nos dos setores mais dinâmicos da população, acabar com o isolamento em relação à juventude e voltarmos a ser o partido dos pobres e dos desprotegidos", defendeu.

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Para o histórico socialista, "isto é um trabalho muito grande" que tem pela frente José Luis Carneiro, até agora o único candidato à sucessão de Pedro Nuno Santos, que se demitiu na sequência do desaire eleitoral.

Questionado sobre se José Luís Carneiro era o homem certo para liderar agora o PS, Alegre respondeu: "é o homem que neste momento está na posição de ser eleito o secretário-geral do PS. Portanto é com ele que temos que contar".

Sobre qual deve ser a posição do PS em relação ao Governo da AD, o presidente honorário socialista disse concordar que se deve "fazer o necessário pela estabilidade do país.

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"Não podemos passar a vida em eleições. O PS é um partido de grande responsabilidade, pode ser tão importante na oposição como poder e, neste momento, grande parte da estabilidade passa pelo PS, não só em relação a isso, mas em relação à defesa da Constituição", apontou.

Para Manuel Alegre, "não pode haver uma revisão da Constituição que deixe de fora o PS".

"Nem pode haver uma revisão da Constituição que seja uma subversão do regime. Essa é uma questão muito importante para dialogar também com o PSD", defendeu.

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Aos jornalistas falou igualmente Alberto Arons de Carvalho que, questionado sobre o que levou a este resultado do PS, assumiu que "não é fácil tirar essa conclusão".

"Eu penso que hoje em dia poderemos concluir que foi um erro impedir que o governo continuasse e deitar abaixo o governo com a moção de confiança, mas é fácil fazer prognósticos depois do fim do jogo e, portanto, creio que o melhor será pensar no futuro", respondeu.

Para o fundador do PS, José Luís Carneiro "neste momento é uma boa alternativa para que o PS recupere a sua dimensão de um partido de tendência de ser um partido de governo, com uma capacidade eleitoral que já teve.

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"O PS deve compreender os resultados eleitorais, refletir sobre eles e aceitar que neste momento existem condições para estabilidade política e para este Governo se manter", respondeu,

Na opinião de Arons de Carvalho, estes resultados eleitorais "foram uma lição para o país" e para o PS.

"Mas creio que neste momento a esmagadora maioria dos portugueses deseja um Governo estável e com alguma duração. Se o PSD será ou não alternativa, ver-se-á. Creio que não será uma boa alternativa, mas os portugueses o dirão", disse.

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À entrada do almoço, José Luís Carneiro elogiou os fundadores do PS.

"Aqueles que deram a vida para que nós pudéssemos viver em liberdade. Lutaram contra uma ditadura, muitos tiveram que sair do país, colocaram a sua vida em risco, fundaram o Partido Socialista na Alemanha e foi o Partido Socialista que nos trouxe às liberdades, aos direitos e às garantias fundamentais dos cidadãos", descreveu.

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