Marcelo admite não estar arrependido de ter dito que queria a reparação das ex-colónias pois é "uma ideia antiga"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta terça-feira que "não se arrepende" de ter dito que queria a reparação das ex-colónias pois é "uma ideia antiga".

Em declarações aos jornalistas, em Praia, Cabo Verde, o Presidente da República diz que "não comenta ideias nem medidas do Governo" quando questionado sobre a polémica da provedora da Santa Casa, Ana Jorge, e sobre o facto de o Ministro da Defesa, Nuno Melo, ter referido que o serviço militar deveria existir para jovens delinquentes. 

O Presidente da República refere ainda que a reparação da era do colonialismo já está a ser feita mas que "é um processo que está em crescendo". Acrescenta que está em sintonia com o Governo, tanto que o comunicado que este emitiu "teve razão de ser".

"O primeiro-ministro submeteu-me o comunicado e eu achei bem", refere.

Marcelo avança que numa democracia representativa há várias opiniões, mas que "há liberdade de pensamento em Portugal", por isso, é "legitimo que haja debates partidários". 

Acrescenta que quanto a Portugal e Cabo Verde, o "legado de Portugal é de todos". "Há uma fraternidade, um entendimento, um conhecimento tal que nem se percebe quem é cabo-verdiano ou quem é português". Acrescenta ainda que vai haver mais projetos de cooperação, uma vez que se trata de "um processo contínuo, mas que enfrenta novos desafios".

Sobre a libertação dos presos no Tarrafal, Marcelo Rebelo de Sousa refere que se trata do retrato do que era uma ditadura. 

"Hoje olhamos para isto com a alegria de viver em democracia. Temos presente as diferenças entre uma ditadura e uma democracia, sobretudo nos direitos".