Marcelo insiste nos perigos do "populismo"
Presidente da República recuperou esta segunda-feira as preocupações do discurso de 25 de abril.
O Presidente da República lembrou esta segunda-feira os perigos dos "populismos" para a vida política nacional. "Num tempo marcado pelo flagelo dos fundamentalismos, a que a Norte se responde com populismos xenófobos e ultranacionalistas, devemos estar conscientes das implicações globais de tudo quanto fazemos", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na Assembleia da República, durante a entrega do Prémio Norte-Sul.
Recuperando as preocupações do seu discurso no 25 de Abril - que deixou na altura dúvidas ao primeiro-ministro António Costa -, o Presidente afirmou que o facto de existirem fronteiras não evita a chegada a Portugal de problemas como a crise de migrantes, terrorismo ou alterações climáticas, sobretudo porque o País faz parte da União Europeia.
Um novo aviso ao Governo depois de Marcelo ter admitido, em entrevista ao 'Público' e à Renascença, que pode convocar eleições antecipadas em Portugal se não for aprovado o Orçamento do Estado para 2019, numa negociação que considera "mais complexa" do que até agora nesta legislatura.
Para o presidente, desde que o documento seja aprovado, não importa que o Governo se aproxime aos atuais parceiros da esquerda ou ao PSD, depois de Costa e Rui Rio terem assinado acordos para as questões da descentralização e fundos europeus.
Entre os partidos, só o CDS reagiu às palavras do Presidente. A presidente Assunção Cristas assegura que o seu partido não apoiará "com certeza" o Governo nas negociações do Orçamento para 2019.
O Prémio Norte-Sul foi entregue aos líderes da Cruz Vermelha na Finlândia e no Quénia, pelo trabalho de diálogo que conseguiram estabelecer entre os dois hemisférios. É esse diálogo que Marcelo Rebelo de Sousa incita agora os políticos europeus a seguir.
Presidente preocupado com demora na Justiça
O Presidente admite estar preocupado com a lentidão da Justiça em Portugal. Sem comentar os casos de Manuel Pinho ou Sócrates, Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu ao Público e à Renascença que "há uma sensação de um desfasamento enorme entre o tempo mediático - ou político - e o tempo judicial". O Presidente pediu mais leis para combater a corrupção mas ainda não avançou com detalhes.
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