Marcelo apoia Costa e tira tapete a Passos
PSD e chefe de Estado em campos opostos no sistema financeiro.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, colocou-se ontem ao lado do primeiro-ministro, António Costa, na polémica sobre os contactos do governante com Isabel dos Santos, por causa da saída da empresária da estrutura acionista do BPI e eventual entrada no BCP. Uma iniciativa que levou o PSD a questionar o chefe do Governo.
"É natural que o Governo, como aliás todos os governos da União Europeia, nomeadamente da Zona Euro, esteja permanentemente atento àquilo que é a garantia da estabilidade do sistema financeiro, sobretudo quando essa liberdade envolve processos legislativos ou pode envolver", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, retirando assim espaço às críticas de Passos Coelho e do PSD sobre a intervenção de António Costa.
O tema é o primeiro choque entre os sociais-democratas e o novo Chefe de Estado. Apesar do respaldo a António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa avisou que não "passa cheques em branco" ao Governo, porque nenhum Presidente o deve fazer, tal como não se deve ter "preconceitos" em relação à equipa governativa. Em síntese, Marcelo desejou sucesso a Costa, numa sessão de cumprimentos, mas com as balizas bem definidas.
A pensar no Programa de Estabilidade e Crescimento e no Plano de Reformas, Marcelo já definiu a primeira reunião do Conselho de Estado para abril e está a conversar com as várias forças políticas para tentar alguns consensos.
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