Ministério Público abre inquérito a André Ventura por sugerir devolução de Joacine à Guiné

 "Eu proponho que a própria deputada Joacine seja devolvida ao seu país de origem", escreveu o deputado do Chega nas redes sociais.

27 de março de 2020 às 17:47
André Ventura Foto: Lusa
André Ventura Foto: CMTV

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O Ministério Público abriu um inquérito para investigar as declarações nas redes sociais de André Ventura, deputado do Chega, quando sugeriu a devolução da parlamentar Joacine Katar Moreira à Guiné Bissau. 

"Na sequência da receção na Procuradoria-Geral da República de denúncias remetidas pela Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial relacionadas com a matéria referida, as mesmas foram  enviadas ao DIAP de Lisboa, onde foi instaurado um inquérito", confirmou ao CM a Procuradoria-geral da República, adiantando que "O processo encontra-se em investigação, sem arguidos constituídos e sujeito a segredo de justiça".

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Ao CM, o deputado do Chega diz desconhecer o inquérito-crime, sublinhando ainda não ter sido notificado. "lamento que se percam recursos a investigar este tipo de questões", adiantou André Ventura, lembrando que se tratou apenas de "uma declaração política nas redes sociais com ironia".

"Eu proponho que a própria deputada Joacine seja devolvida ao seu país de origem", escreveu o deputado do Chega nas redes sociais, no final de janeiro, como reação à proposta apresentada pela então representante do Livre para que abria portas à devolução por Portugal do património trazido pelos portugueses das suas ex-colónias. Ao CM, Ventura garantiu que, se o Ministério Público assim o entender, levantará a imunidade parlamentar para prestar declarações no inquérito.

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A denúncia à PGR partiu da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial, que por várias vezes tem contestado ações ou declarações do deputado único do Chega. "Temos um complexo de racismo em Portugal", diz Ventura, sublinhando que a queixa na PGR, e o subsequente inquérito-crime são "uma forma de um certo setor da sociedade" pressionar para a "perda de mandato". "Estou tranquilo e acredito que os juízes saberão distinguir o que é uma opinião e o que deve ser um processo-crime", insistiu o parlamentar, lembrando sempre que "é um desperdício de recursos da Justiça".

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