"Nunca será uma mera nota de rodapé na história": Francisco Pedro Balsemão homenageia o pai
Francisco Pinto Balsemão morreu esta quarta-feira aos 88 anos de causas naturais.
O último adeus a Francisco Pinto Balsemão decorreu esta quinta-feira durante a missa do funeral no Mosteiro dos Jerónimos do político e jornalista que marcou Portugal.
Durante as cerimónias fúnebres, que contou com o discurso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a presença de figuras do Governo e do PSD como o primeiro-ministro Luís Montenegro, o Ministro dos negócios estrangeiros, Paulo Rangel e o ex-Presidente Aníbal Cavaco Silva, o seu filho e CEO do grupo Impresa, Francisco Pedro Balsemão, homenageou o legado deixado.
"Diz-se às crianças que o primeiro herói é o pai, em nome da minha família, não tenho dúvidas que o nosso pai, avô, sogro e marido, Francisco Pinto Balsemão é e foi o nosso herói", disse no início do seu discurso.
Apesar de ter sido "um pai e marido por vezes ausente, estamos hoje a sofrer tanto porque ele fez por nós muito mais do que o que ficou por fazer", acrescentou.
Entre histórias e anedotas, Francisco Pedro Balsemão partilhou os valores incutidos pelo seu pai às várias gerações, para filho, netos e bisnetos. "Um dos valores mais importantes é a exigência", disse. "Para o nosso pai tínhamos de fazer mais do que os outros por termos nascido num berço de ouro", acrescenta.
"Somos uns privilegiados, dizia, e por isso tínhamos de fazer o mundo melhor", partilha.
Outro valor que o CEO da Impresa destaca é o "humanismo, no sentido de colocar o ser humano no centro de tudo. O seu enorme coração tocava a tudo e a todos".
O filho recorda que a personalidade e o humor de Francisco Pinto Balsemão deixaram outro ensinamento: "Não nos devemos levar demasiado a sério, somos um grão de areia num universo onde não estamos sozinhos". "É urgente rirmos de nós próprios e com os outros", afirma.
Francisco Pedro Balsemão partilhou ainda que o seu pai sempre soube que "nunca será uma mera nota de rodapé na história", homenageando o seu legado político, enquanto fundador do PSD e a sua luta pela democracia e pela liberdade da imprensa, com a criação do jornal Expresso ainda durante a ditadura.
"Devemos aproveitar os pequenos prazeres do dia", acrescentou.
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