"O tribunal está a perder tempo": André Ventura recusa retirar cartazes polémicos
Líder do Chega afirma que não tem de pedir desculpa à comunidade cigana.
O líder do Chega, André Ventura, recusou, esta terça-feira, retirar os cartazes polémicos onde se leem frases como "Isto não é o Bangladesh", em declarações aos jornalistas à saída do tribunal.
"A decisão que este tribunal tomar será muito importante para o futuro. Não sei como a comunidade cigana se sente desrespeitada quando alguém diz que tem de cumprir a lei. Eu sou candidato à Presidência da República e na minha perspetiva não cumprem a lei", sublinhou.
"O tribunal está a perder tempo. Quem deveria estar aqui é o José Sócrates, o Ricardo Salgado", disse Ventura desvalorizando o julgamento, garantindo que não vai retirar os cartazes.
O líder do Chega reiterou que Portugal vive numa democracia e defende que tal facto o iliba de ter de pedir desculpa à comunidade cigana.
"A comunidade cigana sente-se ofendida e acha que não tem de cumprir a lei", afirmou Ventura.
Em causa estão cartazes da candidatura presidencial de André Ventura com as frases "Isto não é o Bangladesh" e "Os ciganos têm de cumprir a lei".
Em 10 de novembro, seis pessoas apresentaram no Tribunal de Lisboa uma ação de tutela de personalidade contra André Ventura para que o líder do Chega fosse obrigado a retirar, num prazo de 24 horas, os cartazes que fazem referência à comunidade cigana.
Questionado sobre se pediria desculpa caso fosse obrigado pelo tribunal, André Ventura respondeu que quem deveria fazê-lo era a comunidade cigana, por "estar há 500 anos em Portugal sem cumprir a lei".
"Estamos na Coreia do Norte? Chegamos à Venezuela? O tribunal vai dizer-me para pedir desculpa? Eu sou um democrata. Não abdico da minha liberdade. Ou defendemos a nossa democracia ou deixamos que a nossa democracia morra", vincou.
O julgamento prossegue na quinta-feira.
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