OE2020: Houve tudo menos poupança no ano passado, mas receita ficou acima do esperado, diz Costa

Esta posição foi transmitida por António Costa em conferência de imprensa.

11 de fevereiro de 2021 às 21:48
António Costa Foto: Lusa
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O primeiro-ministro recusou hoje que o Governo tenha recorrido a poupanças na despesa ao longo de 2020, em conjuntura de crise sanitária, contrapondo que a receita ficou acima do estimado por causa do IRS e emprego.

Esta posição foi transmitida por António Costa em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, depois de confrontado com críticas do PSD e do Bloco de Esquerda em relação à execução da despesa no ano passado.

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Na resposta, o líder do executivo começou por referir que "Portugal saiu de 2019 com um excedente orçamental e fechou 2020 com um dos maiores défices de sempre".

"Portanto, houve tudo menos poupança. Se o défice ficou abaixo do previsto - e ainda bem -, não foi por haver poupança na despesa, mas devido ao aumento da receita expectável", sustentou o primeiro-ministro.

De acordo com António Costa, o aumento da receita de IRS em relação ao nível inicialmente estimado "resultou de dois fatores positivos" que se verificaram em 2020.

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"Apesar da crise, a receita de IRS continuou a aumentar em consequência de uma melhoria global dos rendimentos dos portugueses. Por outro lado, os níveis de desemprego não foram tão acentuados quanto aquilo que tinha sido previsto e, nessa medida, o montante das contribuições para a Segurança Social superou claramente as nossas expectativas", justificou.

Na perspetiva do primeiro-ministro, o défice previsto para 2020 foi menor, "porque a economia portuguesa resistiu melhor" do que o estimando aos efeitos da crise sanitária.

"As empresas foram mais resilientes, porque o conjunto de medidas de políticas públicas adotadas pelo Governo e pela Assembleia da República no Orçamento Suplementar permitiram que os resultados fossem menos maus em 2020 do que inicialmente se chegou a prever. No entanto, Portugal passou de um excedente orçamental em 2019 para um dos maiores défices. Podemos falar em tudo menos em poupança", insistiu.

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No plano económico, António Costa defendeu que o Governo tem vindo a adotar medidas de apoio, "sendo a melhor forma de as medidas os resultados recentes sobre o nível de desemprego".

"Chegámos ao final de 2020 com um nível de desemprego de 6,8%, claramente abaixo das previsões do Governo. A quebra do Produto Interno Bruto foi menor do que aquilo apontava a generalidade das previsões internacionais. Temos de manter vivo o tecido económico, com proteção do emprego e dos rendimentos, tendo m vista atravessar este túnel muito difícil da vida nacional sem destruir os elementos indispensáveis pata o relançamento da economia", acrescentou.

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